HOJE FOI UM DIA RUIM

HOJE FOI UM DIA RUIM

Nasce o dia magoado comigo

chove tanto frio lá fora

adoeço de pensamentos privados

emocionado com tanta agonia

das janelas fechadas volto a dormir

mas há um fetiche preparado

ela pousa sobre o peito

perdida nos poucos musculos

do meu esqueleto

de certo procurando saber

do inferno que teima

viver somente nela

óleo derramado frutado

uma vontade maluca

despeça-me com fome

esta salada de frutas copia

minha inteligência no momento

estava observando teus cabelos

soltos loiros fios elétricos

quando foi que pintou desta forma

nada sai como pergunta

fica a dúvida encolhida nos lábios

o libertino fingiria ser o concubino

das ninfas e nada diria

mas a vontade das palavras

avança pela garganta como sarna

oferecendo resistência

nada me acalma

são lentes de contato

me lembro dos caramelos

encarando-me era a glória

do teu sorriso alvacento

lamento requerido na chegada

do trabalho depois dos sorrisos

amarelos do trem

pelo meu perfume whiskisado

antes de subir na via crusius

de todo necessitado

por ter fraturado a tíbia do carro

preciso aturar

intimamente eram maiores

estas linhas tênues que te cobrem

meias finas pareciam

mas falhavam num certo ponto

que agora me incomodam

tua brancura bronzeada

ganhastes das luzes

por que cruzes do credo

que mal sei ler

não há verão lá fora

ela tem unhas maiores que o fato

se quero de alguma maneira

começar por concluir qualquer ato

preciso saber o que propõe?

porque dispõe de tanto embalo

junto a meu estômago

que pode revolucionar toda cama...

MÚSICA DE LEITURA: THE KINKS - Alcohol