ELA

Já era meia-noite. Chovia naquele dia frio de junho. Estava sentado no sofá, a cabeça longe, pensamentos vazios. As contas na mesinha de centro, a TV ligada no jornal, só problemas. Ah! Estava cheio daquilo. E ela não dava noticias!!!

Queria saber dela, saber como ela estava. Tinha conseguido pegar o ônibus? O tempo estava feio. E eu, olhava a chave do carro como se fosse a salvação. Na mesa da cozinha o jantar já tinha esfriado, e lá fora o mundo caía. Deus, que espera absurda! Nunca fui assim, nunca fui de me preocupar!

Mas era ela! Ela me causava esse efeito. Não era ciúmes, era preocupação. Confiava minha vida a ela. Eu era um ninguém; um bobo, um pária a procura de fazer as pessoas a minha volta rirem, embora por dentro era eu quem chorava. Mas ela... Ela me fazia rir, me fazia chorar, me fazia sentir, algo que eu já havia esquecido como era. E ela sabia que causava esse efeito em mim. Meia-noite e meia e agora que chegou a mensagem dela. Está revoltada, o chefe a repreendeu. O que fazer senão apoiá-la? "Vem pra casa, eu cuido de você, o jantar está esfriando, fiz aquele prato que você adora: Macarrão, molho branco e brócolis!". Dois minutos, três, quatro e logo chega a resposta: "Eu te amo... um banho quente e seu abraço é tudo que preciso!".

E de novo ela me fez sorrir. E uma lágrima me escorreu. É... "Também te amo! Tô te esperando!"

Dom Torres
Enviado por Dom Torres em 29/06/2016
Reeditado em 29/06/2016
Código do texto: T5682246
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