Já passou da hora de morrer
Por favor, afastem de mim a esperança!!!
Eu a odeio. Odeio o que ela faz com a gente. Odeio o que ela faz comigo. Odeio como ela me engana, me ilude, me aponta o dedo e ri da minha cara.
Depois vem toda melosa se fazendo de desentendida, querendo fazer as pazes. Acaricia meu rosto, beija meus olhos e enxuga minhas lágrimas, que não querem parar de cair mais uma vez.
Me faz acreditar que dessa vez será diferente. E eu me faço de boba e me deixo enrredar pelo seu teatro. Ela me ganha mais uma vez.
Mesmo quando sei com todo meu coração que não existe mais porque ficar e que nada será diferente, ela me faz hesitar mais uma vez. E eu fico. Vou ficando, agarrada a um fiapo de esperança que não quer morrer (porque bem se diz que ela é a última que morte) e que não me deixa aceitar que já passou da hora do fim.
Eu a odeio. Honesta e esgotadamente, do mais profundo do que ainda restam de minhas forças.
E eu, que não gosto de desejar mal a ninguém, agora te imploro: morra, por favor! Deixe-me.
Vá se embora, que
já passou da hora de morrer.