FESTA JUNINA - TEMPO DE FOGUEIRA, QUADRILHA, QUENTÃO, PAMONHA, CANJICA, BOLO DE FUBÁ
Mês de Junho, época das tradicionais Festas Juninas, com fogueiras, balões, bandeirinhas, quadrilhas, forrós, bingos, casamentos caipiras, brincadeiras, dança e barracas com comida típica de cada região, como canjica, bolo de fubá, pamonha, curau, milho cozido, pipoca, arroz doce, cuscuz e, é claro, aquele quentão e vinho bem quentinho.
Antigas festas, as festas JOANINAS em homenagem a São João, conhecidas por festas juninas em homenagem aos santos populares: Santo Antonio, São João e São Pedro, no mês de junho.
Que fiz eu nestas noites mágicas de fogueiras e balões? Recordações, lembranças e andanças através do tempo que longe vão... fogueiras, balões, roupas ao sabor do vento, bandeirolas, fogos e foguetes, feriado local, estrelas refletidas em um olhar saudoso, enquanto a música ecoa pelo sertão afora...
Sem esquecer da fogueira, símbolo marcante das festas juninas, hoje em dia pouco usada em frente às casas da gente do sertão, tradição de origem pagã, que servia para comemorar o solstício de verão no hemisfério norte – enquanto é inverno aqui, é verão por lá. assim, a fogueira do dia de Midsummer (25 de junho) tornou-se, pouco a pouco, na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia, o que fez com que a fogueira de São João, até hoje, represente o traço comum que une todas as Festas de São João Europeias (da Estônia a Portugal e da Finlândia à França). Embora pouco usada em nossa região, para cada santo há um tipo de fogueira diferente: na fogueira de de São João as madeiras são colocadas em formato de cone. Na fogueira de Santo Antônio, as madeiras são colocadas em formato de quadrado. Já na fogueira de São Pedro, as madeiras ficam na posição de triângulo.
E vem o folguedo, a alegria dos festejos, depois da chuva, da colheita e da fartura, manhã de dia de festa de santo, as ruas e ruelas adornadas com arcos de bambu e bandeirolas, sem esquecer o mastro portando a bandeira branca com a estampa de São João, e o povo contente se espalhava em busca da fogueira, ou agitar o corpo no forró brejeiro ou beber uma cachaça para “dar sustença”.
E haja balões e fogos de artifício que durante o São João brasileiro está relacionado com o tradicional uso da fogueira junina e seus efeitos visuais. Noite mágica, linda de se ver, balões sulcando o espaço celeste enquanto as estrelas sorriam iluminando os corações apaixonados, juras, promessas de amor eterno enquanto a voz de Luiz Gonzaga incentivava aquele amor que nascia:
“Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João
Havia balões no ar
Xóte, baião no salão
E no terreiro, o teu olhar
Que incendiou meu coração”.
Fogos de artifício espocam pelo céu nordestino, destino certo, vai acordar São João – segundo a tradição popular - manuseados por pessoas privadas e espetáculos pirotécnicos organizados por associações ou municipalidades tornaram-se uma parte essencial da festa. A criançada também solta bombas, conhecidas como traque, “peido de véia” , cordão e cabeção-de-negro. Sem esquecer que o buscapé é o terror da população.
Muitos festejos oficiais existem para turista ver sendo que, aos poucos, a tradição está perdendo o brilho. O consumismo esta destruindo o que existia de mais belo: a comunidade unida para alegrar-se nesta noite única onde o amor era muito, moços, moças, casais, velhos e crianças participavam com muito afinco, quadrilhas e muita sanfono espalhando sons pelo campo afora. Nos festejos dos dias de hoje é noite tomada por muita gente, muito trânsito, muita confusão. O verdadeiro nordestino, bem distante daquele burburinho, assenta sua fogueira, arma o seu festejo no sítio ou fazenda, que se arrasta noite adentro embalada pela calma que o Luar do Sertão oferece. .