Lógica do terror
Imagino um terrorista religioso tentando entrar no céu para cobrar as 21 virgens a que tem direito segundo suas crenças. Claro, ele matou várias pessoas ao se suicidar e essa é sua recompensa. Quem não conhece essa história? O porteiro do céu, impaciente, vai explicar tudo para ele, pois aparentemente, além de cruéis, esses indivíduos não são os mais brilhantes em termos de inteligência. Não, não é aqui, o seu lugar é no inferno. Além disso, aqui só há almas, não corpos, portanto esquece essa história de virgem.
Recentemente tivemos esse caso estupido do facínora em Orlando que assassinou 49 pessoas numa boate. Ele se declarou simpatizante do estado islâmico (sim, minúsculas) antes de começar o tiroteio. As investigações, no entanto, cada vez mais mostram que ele era homossexual e não conseguia conviver com isso, não conseguia assumir sua identidade sexual, por mais que hoje em dia a sociedade esteja se abrindo para essa aceitação. Isso, somado a problemas mentais e a facilidade com que se compram armas militares neste país, levou-o a cometer o massacre.
Embora muitos achem que isso é uma tendência geral do Islamismo, sabe-se que apenas uma pequena fração pensa assim. Suficiente, porém, para abalar o mundo e a sociedade.
Vejam agora o ridículo da situação. Ele, sendo homossexual, acaba se tornando uma abominação dentro de sua própria religião. Crime digno de morte. Aliás outras religiões e até alguns cristãos radicais pensam assim. Assim sendo, como fica a situação depois da morte? Por um lado, ele é herói reverso, tendo matado pela fé, em teoria. Por outro, é homossexual e infiel maldito, merecedor de morte eterna por sua opção sexual. Que dilema! Talvez nem tanto. Na sua condição, se virgens existissem no paraíso celestial, de nada serviriam para ele, tendo em vista suas preferências.
Se inferno existir, entretanto, ele está nos quintos. Melhor, nos sextos...
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À procura de Lucas