LA VIE EN ROSE (II)
(Pequenas crônicas do cotidiano)
Hoje,pela manhã,enquanto tomava meu café com uma torradinha encabulada (morta de vergonha da pobreza de "Doriana" que lhe besuntava),voltei no tempo:
Quando Thiago,meu filho,era criança e eu o levava para a escola,no retorno chegava sempre no mercadinho (hoje um mercadão) do Seo Domingos Fleixher.(Um polacão da gema!)
Era de lá que eu adquiria um pão d´água delicioso,feito pela tradicional Padaria Guarani,hoje,Panificadora Santos.
O que mais me chamava à atenção,era o apetite do dono da venda,que sempre solícito e sorridente,entre um atendimento e outro,tomava um talagaço de um cafézão encorpado numa caneca de bom tamanho.O acompanhamento era o pão famoso e ovos e linguiça fritos.Uma delícia! Era o que eu presumia.
Por conta disso,estrelei centenas de ovos em minha cozinha durante um bom tempo.Hoje,estou mais comedido e umas torradinhas já estão de bom tamanho.Ainda que o desejo seja uma "taiada"(termo popularmente utilizado para referir-se à fatia de pão de forno) generosa de pão caseiro ou broa,besuntados com banha dos dois lados.
Atrelada à lembrança,me vem a imagem de um senhor de uns 65 anos aproximadamente,quase obeso , executivo de uma empreza francesa existente nas proximidades.Por diversas vezes deparei com a mesma cena.O distinto,estacionava o seu carrão do outro lado da rua e adentrava ao estabelecimento em questão.
Aparententemente calmo,sereno (fácil com os euros que certamente possuia em sua conta bancária),fazia o percurso do carro até o mercadinho,sempre assobiando uma canção.
Num belo dia,(devia ser agosto,já que os ipês assim o delatavam),cruzou a rua assobiando "La vie en Rose",eu,já quase de saída,encantado com a melodia,pude ainda captar a saudação:
-Bom dia!!! "Domingô".
Este, sorridente,com a caneca em punho,mordiscando ainda o que lhe restava do pão com ovo e linguiça,respondeu:
-Bom Dia!!! Desejas alguma coisa?
Um imaginário odor de "euros",rodopiou em minha cabeça naquele momento,enquanto aquela gente simples do meu bairro,clientela fiel do polaco gente fina, disfarçava o sorriso achando graça do "Domingô" do gorducho.
Saudades daquele tempo! Do piazito xarope que eu levava pra escola,do pão,do mercadinho do "Domingô",do assobio do francês,enfim...
Assim,enquanto vapores diáfamos erguiam-se da minha xícara,confabulava com meus botões:
"A vida pode ser da cor que escolhermos.Até mesmo cor de rosa.Basta querer"
Joel Gomes Teixeira
Fica o convite a ouvirem a eterna Edith Piaf. Clic no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=0feNVUwQA8U
Atendendo ao amigo Dartagnan Ferraz:
https://www.youtube.com/watch?v=n2s2tPORlW4
(Pequenas crônicas do cotidiano)
Hoje,pela manhã,enquanto tomava meu café com uma torradinha encabulada (morta de vergonha da pobreza de "Doriana" que lhe besuntava),voltei no tempo:
Quando Thiago,meu filho,era criança e eu o levava para a escola,no retorno chegava sempre no mercadinho (hoje um mercadão) do Seo Domingos Fleixher.(Um polacão da gema!)
Era de lá que eu adquiria um pão d´água delicioso,feito pela tradicional Padaria Guarani,hoje,Panificadora Santos.
O que mais me chamava à atenção,era o apetite do dono da venda,que sempre solícito e sorridente,entre um atendimento e outro,tomava um talagaço de um cafézão encorpado numa caneca de bom tamanho.O acompanhamento era o pão famoso e ovos e linguiça fritos.Uma delícia! Era o que eu presumia.
Por conta disso,estrelei centenas de ovos em minha cozinha durante um bom tempo.Hoje,estou mais comedido e umas torradinhas já estão de bom tamanho.Ainda que o desejo seja uma "taiada"(termo popularmente utilizado para referir-se à fatia de pão de forno) generosa de pão caseiro ou broa,besuntados com banha dos dois lados.
Atrelada à lembrança,me vem a imagem de um senhor de uns 65 anos aproximadamente,quase obeso , executivo de uma empreza francesa existente nas proximidades.Por diversas vezes deparei com a mesma cena.O distinto,estacionava o seu carrão do outro lado da rua e adentrava ao estabelecimento em questão.
Aparententemente calmo,sereno (fácil com os euros que certamente possuia em sua conta bancária),fazia o percurso do carro até o mercadinho,sempre assobiando uma canção.
Num belo dia,(devia ser agosto,já que os ipês assim o delatavam),cruzou a rua assobiando "La vie en Rose",eu,já quase de saída,encantado com a melodia,pude ainda captar a saudação:
-Bom dia!!! "Domingô".
Este, sorridente,com a caneca em punho,mordiscando ainda o que lhe restava do pão com ovo e linguiça,respondeu:
-Bom Dia!!! Desejas alguma coisa?
Um imaginário odor de "euros",rodopiou em minha cabeça naquele momento,enquanto aquela gente simples do meu bairro,clientela fiel do polaco gente fina, disfarçava o sorriso achando graça do "Domingô" do gorducho.
Saudades daquele tempo! Do piazito xarope que eu levava pra escola,do pão,do mercadinho do "Domingô",do assobio do francês,enfim...
Assim,enquanto vapores diáfamos erguiam-se da minha xícara,confabulava com meus botões:
"A vida pode ser da cor que escolhermos.Até mesmo cor de rosa.Basta querer"
Joel Gomes Teixeira
Fica o convite a ouvirem a eterna Edith Piaf. Clic no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=0feNVUwQA8U
Atendendo ao amigo Dartagnan Ferraz:
https://www.youtube.com/watch?v=n2s2tPORlW4