O que restou de nós...

Outro dia com alguns amigos, escutando uma música que está nas paradas de sucesso de Simone e Simaria, cujo refrão diz: “Se o nosso amor se acabar dessa casa eu só vou levar, o violão e o nosso cachorro”.

Pois bem, estávamos reunidos e rindo da sofrência musical quando uma conhecida que inclusive é casada, solta essa: Nossa mais que mulher burra, onde já se viu levar só o violão e o cachorro? Eu pegava era tudo dele, eu ri para não contrapor a piada de mau gosto. Mas aí fiquei me perguntando;

Injusto construir uma vida juntos e um dos dois não levar nada? Claro, ora não sejamos hipócritas, mas sair de uma relação e não querer levar nada material é sem duvida um ato de amor.

Por que quando terminamos uma relação esquecemo-nos dos bons momentos que passamos ao lado daquela pessoa? Por que a raiva faz com que a outra pessoa da relação que se sente oprimida, queira levar tudo do outro parceiro ou parceira? É incoerente e contraditório a tudo que se explica desse sentimento tão puro que é o amor. Infelizmente a maioria das relações está ligada aos bens materiais, vivemos dentro dessa sociedade consumista e acabamos sendo conivente com tudo isso.

Uma relação de amor quando se desfaz não leva consigo ódio e vingança, se for assim não era amor, não era companheirismo, talvez fosse apenas um contrato, luxuria, ou paixão doentia, mas não amor.

Como diz outra música essa do Legião Urbana que também é um versículo da bíblia; “O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece...”

Aí eu novamente me pergunto; O que restou dessa relação? Alguns trocados, aquele apartamento da praia, a Saveiro na garagem, a poltrona que tanto ornava com aquela parede da sala. Ninguém leva o beijo apaixonado do primeiro encontro, as gargalhadas que deram no meio daquela exposição, o sabor da macarronada preferida dos dois e menos ainda, os dias difíceis que passaram juntos quando ainda nem tinham o que dividir...

Então analisando tudo isso, sinto dizer que tenho pena do casal, que quando menos esperar estará vendendo tudo para pagar o Amor que não os coube.

Letícia Mendonça
Enviado por Letícia Mendonça em 21/06/2016
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