!TRÊS TEMPOS" (para Rosa doa Anjos e Eliane Mezari)
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Cheguei ao evento da exposição de quadros da artista plástica paranaense Eliane Mezari “Três Tempos” realizada em um hotel de Manaus, usando chapéu, terno e gravata, como foi pedido, apesar de não gostar muito. O jornalista cultural do Jornal do Comércio, Evaldo Ferreira, por trás de seus óculos, não me reconheceu porque estava sem barba. Ao apresentar-me, disse-me: “Você anda sumido!” e lhe respondi: “Ao contrário, companheiro, há 14 anos não apareço mais, mas não poderia faltar à ao convite feito pela promotora Rosa dos Anjos”. Fora a primeira vez que me vira sem barba, que a usava desde meus 22 anos. Envelhecemos juntos, eu e a barba. Passando por vários estágios até ficar totalmente cor de prata quando; eu, aos 54 anos. A pedido de minha esposa Yara, a tirei totalmente. Mas, será que tinha ficado tão diferente, assim, ao ponto de não ser reconhecido por quem me divulga nas páginas de seu jornal?
Perguntei quem era Rosa dos Anjos ao esposo da artista plástico. Ele foi procura-la. Rosa chegou, conversamos um pouco e fui conhecer os quadros da exposição. Encantei-me por todos! Eram belíssimos. O quadro LUA CHEIA, descrito com um belo poema LUA CHEIA. Ele dizia “Lua Cheia que segue do que parece disforme/Vejo, no morro a imensa imagem distorcida/Imbuída emoção/Aspiro a companhia da Lua/Que aquece o coração”, foi o que mais prendeu minha atenção devido ao poema, sem desmerecer o quadro, a pintura de um casario em um morro sendo olhado pela lua, garantindo sua segurança e expondo suas mazelas sociais! Gostei, mas dinheiro de aposentado por invalidez, cheio de dívida não dá para luxar com qualidade; mal, para viver com dignidade. Colecionei 29 quadros de Moacir Andrade, Van Pereira, Palheta e outros menos desconhecidos; porém, não menos importantes para mim. O valor sentimental que depositei nas obras era e ainda é imenso, não tem preço. Mudei de imóvel, ao longo dos anos, mas os quadros os livros que adquiri desde meus 14 anos, mudaram comigo. Os quadros, os comprava quando tinha dinheiro para investir. Os livros, os comprava por necessidade de conhecer mais e mais. Em todos lugares que morei, sempre dava um jeito de arrumá-los em paredes e prateleiras. Só parei de adquiri-los por falta de dinheiro, depois da aposentadoria por invalidez! Contudo, a paixão por livros e pinturas continua latente em mim e morrerão comigo!
Reencontrei antigos colegas de trabalhos na TV e em jornais em Manaus. Alguns reconheci pelos nomes; outros, reconheceram-me. Perguntei a um antigo cinegrafista da TV Baré, se tinha notícias do “Pedro Bala”. Respondeu-me: “Ele virou patrimônio imaterial da TV A Crítica”. Na época, era TV Baré e pertencia ao casal José Airton Pinheiro e Leonor Pinheiro. Lembrou-me que “Pedro Bala”, fui eu quem dera o nome ao Gilberto Piranha, que perguntava pelos corredores da emissora os nomes da equipe de jornalismo que trabalhara comigo naquele dia, para colocar nos caracteres que já estavam subindo. “Falta só o do Pedro...” “Eu lhe pedi, põe Pedro Bala” – ele demorava muito a ligar todos os pesados equipamentos que carregava como auxiliar de câmera do colega Mário César Dantas.
Antes de deixar o local, voltei a conversar com o jornalista cultural Evaldo Ferreira que estava atrás do fotografo do jornal. Ao chegar apresentou-me e disse que tinha sido Editor Geral do Jornal do Comércio. Perguntou-me se lembrava do ano em que ocorrera minha contratação e não soube lhe responder. Os meus anos voam e não acompanho essas informações com precisão e tão marcantes em minha vida. Também conversei e me despedi da curadora Rosa dos Anjos.
Contudo, não me despedi da artista Eliane Mezari. Agora colega Evaldo Ferreira, darei a resposta à pergunta. Consultei a velha e desgastada CTPS, como eu também fiquei e relembrei: fui contratado para ser Editor Geral do Jornal do Comércio, recebendo 2.500,00 cruzados novos no dia 1 de agosto de 1989 pelo empresário Guilherme Aloisio de Oliveira e Silva. O caricaturista Carlos Myrria, desenhou-me na primeira página do JC, dizendo que eu estava assumindo a Editoria Geral do JC. O deixei o jornal em 7 de novembro de 1999, com a assinatura da chefe do departamento de pessoal, senhora Sonia Andrade e fui ser Editor Geral do Diário do Amazonas!.
Ah, tempos de gostosos que vivi!