INEVITÁVEL SENSAÇÃO DE SOLIDÃO
Todos somos seres sozinhos. Somos, não estamos (note a transitividade verbal). Temos mãe, pai, irmãos, parentes, namorado (a), amigos, mas somos sozinhos.
Sentimos-nos sozinhos (como se) somente nós nos preocupássemos conosco. Chegar a essa conclusão, faz-nos perder o ânimo de viver. Percebemos o quanto o que as pessoas dizem são palavras ao vento, a tristeza se aprofunda: para quê a vida se ela somente tem sentido para nós?
Somos seres sozinhos, o outro nunca alcançará tudo o que somos, o que temos, o que cultivamos. A inalcançável profundidade de nossa totalidade nos faz sentir sozinhos, a solidão.
Somos sozinhos. Aquele momento que não temos palavras para dizer o que sentimos, essa é a (nossa) solidão, sentimento que não entendemos a mágoa que lateja, nesse peito a fora, nesse lugar (de solidão) mora todos os sentimentos que são difíceis de serem entendidos.
Para piorar, os dias de hoje nos traz as dificuldades dos vínculos: facilidade como as pessoas nos desdenham, nos trocam, a infidelidade, falta de confiança, falta de verdade, aprofundam a solidão.
Aceitemos a solidão, pois percebemos que não há cuidado humano (pai, mãe, parentes, namorado (a)), que possa nos socorrer da inevitável sensação de solidão.