Quebrando a escrita

Há controvérsias, alguns afirmam que a história não se repete, enquanto outros garantem que a história é uma sucessão de repetições; eu, particularmente, busco minhas conclusões.

Tudo se deu na mesma forma, morávamos em um rancho, muito pobre, sem nada de dinheiro, com muito pouca comida, muita fome, e apenas uma vaquinha, que poderia se transformar em rendimentos, e eu fui incumbido de vender a galinha dos ovos de ouro, ops, digo, a vaquinha, que não botava ovos, mas que poderia render algumas moedas.

Sai puxando a Mimosa, ela nem tinha nome, mas acho que mimosa ilustra bem uma vaquinha malhada, um velho estereótipo, um surrado nome dado aos bovinos, sejam malhados ou não.

Não andei muito, quando cruzei com alguém, que trazia um saquinho de grãos à mão, que foi logo propondo uma barganha: o saquinho de grãos, pela vaquinha Mimosa. Sei que nunca fui um grande comerciante, mas o dono dos grãos afirmava que eram feijões mágicos...e eu acreditei; o negócio foi feito na hora, e, assim, eu me fazia dono de feijões mágicos; um segredo que eu guardava na intimidade, sempre quis fazer mágica, era minha oportunidade.

Voltando para o humilde ranchinho, apanhei da minha mãe, havia trocado nossa única fonte de riqueza, por um saquinho de feijão, que aparentemente, não fazia mágica alguma, e eu ainda confiava naqueles grãos. O saquinho foi abandonado sobre a mesa, e eu fui colocado, ardendo, em minha cama.

Na manhã seguinte, acordei com um cheiro delicioso, minha mãe havia feito feijoada, com aqueles grãos que tumultuaram o ambiente do lar, não me perguntem como minha mãe conseguiu pertences para fazer aquela feijoada; se eu descobrir, prometo que conto em uma próxima história,afinal de contas, os feijões poderiam ser, mesmo, mágicos, naquele momento só queria me deliciar com a iguaria.

Dizem que um curso de harpa tem a duração de 20 anos; sendo assim nunca pegaria a harpa mágica que foi roubada, na história original, não teria disposição para fazer um curso de 20 anos; e, também, não estaria disposto a descer por uma árvore imensa, que alcançava as nuvens, fugindo de um gigante; se eu tivesse esse vigor, participaria das olimpíadas

Sim, tudo terminou assim, mas se o conto não teve um final feliz, para todos os protagonistas, mas quem comeu a feijoada não tinha do que se queixar; eu, particularmente, tenho na feijoada meu prato preferido.

Isto posto, permanece a dúvida: para você... a história se repete, ou não?

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 18/06/2016
Reeditado em 18/06/2016
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