Pode guardar as panelas

Sou um véio tolerante que detesta provocação. Não provoco ninguém, mesmo quem merece uma provocaçãozinha. Souamigo de várias pessoas que pensam politicamente diferente de mim. Isso nunca interrompeu minhas amizades. Essas pessoas me respeitam e eu as respeito. É claro que aquie acolá surge uma brincadeira, mas algo leve. Amizade é uma coisa, política é outra coisa. Prefiro a primeira embora não abandone a segunda, da qual sou apenas um reles militante anônimo.

Mas há pessoas qiue gpostam de ironizar os que pensam diferente delas. É o caso de um amigo quegosta de cantar e tocar violão, é esquerdista radical. Dia desses etávamos conversando, v[ários amigos e amigas, quando ele perguntoua uma amiga nossa: - Negiuinha, cadê as panelas que você comprou na feira da Madalena para bater contra Dilma, obrigando sua empregada as lhe ajudar? Estou surpreso de não ouvir o panelaço (eles moram no mesmo prédio) também contra a corrupção golpista, de Jucá, Renan, Geddel, Temer, Raupp, Eduardo Alves, erra, Aécio e cia limitada. Desistiu, não sendo do PT não verm ao caso? Não prestou, a amiga ficou mais braba que um siri e começou o esculacho: - Comunista safado, petista de merda, petralha, vendido a Cuba... Mas, de repente, ela parou e começou a rir, ningupem aguentou foi uma risadagem geral, fiquei até com medo de ter um acesso de asma de tanto rir. Mas aí o sujeito pegou o violão e começou a cantar um samba de Paulinhoda Viola que fala no primeiro verso: "Você sabe que a maré/ Nao está moleza não/ E quem fica dormindo de touca/ Já sabe da situação/ Eu sei que dói no coração/ Falar que o pior já aconteceu/ Pode guardar as penelas/ Que hoje o dinheiro não deu".

Depois tudo ficou em paz, mas no final do samba, embora com a voz horrível e rouquenha emendei o refrão do samba de Bezerra da Silva: "Se gritar pega ladrão não fica um, meu irmão". Todo mundo repetiu, um corinho unânime. Inté.