Dar Um “Jeitinho”, Fora De Cogitação
Eric do Vale
Devido aos últimos acontecimentos que vêm escandalizando o cenário político nacional, nutro-me de esperanças de que, um dia, afirmaremos que foi-se o tempo em que o nosso país aplicava a “Lei Do Gerson”. A corrupção, juntamente com a crise, tornou-se, nos dias atuais, um termo bastante corriqueiro em nosso vocabulário, permitindo questionarmos os nossos valores.
Além de ter se tornado algo muito clichê, falar, hoje em dia, de corrupção, no Brasil, é algo de extrema complexidade e que requer um aprofundado estudo na área da psicologia, sociologia e antropologia, originando inúmeras teses sem uma definição absoluta.
Desde muito cedo, somos acostumamos com o fato de que descendemos dos portugueses, não esquecendo que foram eles, os responsáveis pela formação do nosso caráter, ao aderirem um processo de colonização de exploração, que consistia na subtração de nossas riquezas naturais e no trabalho escravo que foi aplicado aos nativos e, posteriormente, aos africanos.
Tudo isso é verdade, mas gostaria de acrescentar um outro detalhe que considero importante: por mais que tenhamos consciência de que somos humanos e estamos sujeitos a cometer todos e quaisquer tipos de erro, o nosso orgulho termina falando mais alto.
Um exemplo: durante a fase estudantil, somos todos avaliados por meio de uma prova. Com receio de se sentirem inferiorizados, alguns recorrem a boa e velha “cola”. São atitudes como essa, que muito contribuem para a formação de um indivíduo, fazendo jus a ideia de que os brasileiros gostam de levar vantagem em tudo.
Ainda bem que existem aqueles que fogem a essa regra e, cada vez mais, servem de exemplo para todos nós de que a determinação e o comportamento ético são os alicerces essenciais para atingir os objetivos desejados.