MATARAM MEU VIZINHO

TRIBUTO AO MEU VIZINHO

E estou triste, porque soube que o morador do meu condomínio, perdeu a vida numa discussão no trânsito. Gente finíssima, educada, probo.

No meu discurso diário como educadora que sou sempre converso com meus alunos e amigos, que violência gera violência e gentileza gera gentileza.

A palavra é forte e devemos acreditar na força que emana dela. Podemos resolver tudo conversando, dialogando. Eu acredito. A palavra elucida, explica, comove. Tudo poderemos expressar com ela. A alegria que nos toma mais felizes, a tristeza que nos martiriza, até a cólera que nos assalta a alma e nos deixa infeliz e atormentado.

A vida é tão querida quanto a palavra. As duas são dádivas, são milagres, que Deus nos deu para usufruirmos e usarmos da melhor maneira. E por que não aproveitarmos bem estes presentes divinos?

A palavra escrita, falada ou mesmo desenhada em forma de rabiscos, por aqueles que ainda não dominam o signo linguístico, têm um significante e um significado ou significados diversos, que vão muito além das fantasiais ideológicas ou simbólicas.

A vida como a palavra, tem também um significante, mas seu significado, nem Ferdinand de Saussure, o fundador da linguística moderna, explica com propriedade.

Ela não é um conjunto de signos convencionais usados por uma comunidade, é exclusiva, pertence a cada um e assim devemos saber utilizá-la, cuidando, zelando, tanto de nós mesmos, quanto do outro.

Momento de conflito é algo que precisamos saber contornar, mediar, controlar e apaziguar. A palavra tem que ser bem escolhida, antes de pronunciada. Ela deverá sempre significar a paz, em qualquer contexto, pois deverá ser sempre de ponderação, tranquilidade que leva ao aperto de mãos e ao pedido de desculpas.

E, quando a paz se estabelece, a guerra, outra palavra não muito simpática, vai embora. Como também se vão o ódio a tristeza, a dor, o luto e o adeus. Vou terminar por aqui, pois já não tenho mais palavras para externar minha melancolia diante do passamento do meu vizinho e só quero deixar com esta crônica, uma palavra que gosto muito: solidariedade.

Que Deus conforte a sua família e que guarde sua alma. E que derrame sobre todos nós duas palavras significantes: amor e tolerância.

18.06.2016

Morte do meu vizinho: 16.06.2016

Educadora Cris Souza
Enviado por Educadora Cris Souza em 18/06/2016
Reeditado em 18/06/2016
Código do texto: T5670980
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