vida que segue
E quando chega o final do dia nós nos encontramos, nos olhamos, trocamos algumas palavras e refletimos sobre o quanto nos mantemos juntos e separados ao mesmo tempo. Estamos juntos, inseparáveis, durante todas as horas do dia e da noite, mas pouco nos damos conta das novas marcas que surgem em nossas faces, das expressões de nossos olhares, do tom da nossa voz, nem tampouco das nossas formas de sorrir. As vezes, até nos estranhamos quando olhamos nos olhos fixamente diante do espelho, e nos desconhecemos.
É quando esse encontro torna-se surpreendente pela ausência que devotamos a nós, pela falta de reconhecimento de que nós mesmos somos a nossa principal companhia e ponto de apoio. Seria interessante se reconhecêssemos que é a nós que cabe a primeira responsabilidade e que o outro nos enxerga exatamente por meio daquilo que produzimos e emitimos.
Diz-se que "primeira imagem é a que fica", e essa, quem tece somos nós. Precisamos definitivamente assumir essa responsabilidade, assumir que antes de tudo somos nós que podemos decidir sobre nós.
Antes que responsabilizemos o tempo, o mundo, as pessoas devemos devotar a nós o direcionamento de nossas decisões e escolhas para podermos descomprometer os outros de nossas atitudes.
Deixemos os outros como nossos espectadores, como contribuintes de nossa jornada, apenas contribuintes, mas nunca causadores de nossos atos e comportamentos. Assumamos corajosamente nosso oficio, o de sermos os artesões de nossa vida.
Se conceber individual, sozinho e dono dos próprios atos é a melhor forma de nos aproximarmos das pessoas transmitindo leveza e suavidade.