Sucessão Ministerial
Diante da longa cadeia sucessória de ministros, em razão de tantas demissões, já ando meio preocupado, admitindo que possa ser surpreendido com o convite para uma eventual sucessão. A preocupação decorre por ter de substituir alguém que foi citado numa delação premiada. Vejo que está sendo difícil assumir esse cargo em substituição a um “ficha limpa”, pois, se assim fosse, não haveria razão de sua demissão e, consequentemente, o convite nem chegaria a mim, pela distância do percurso da linha sucessória.
Assim, já estou conformado, pela minha simplicidade e pela modéstia, que jamais serei ministro de estado. Não pretendo, depois de aposentado, exercer qualquer cargo público, saindo da minha paz espiritual e do bom convívio com a família e os amigos. E é graças a esse descomprometimento que posso vir aqui no Recanto das Letras, de vez enquanto, extravasar o meu “besteirol”, que faz bem a quem valoriza a “frutífera ociosidade”. Foi a partir dessa condição que pude viajar pelo Brasil inteiro, a ponto de pisar o solo de todos os estados brasileiros, fechando o ciclo com o Amapá, mais precisamente em sua capital, onde, no marco zero do equador, pisei, ao mesmo tempo, nos hemisférios Norte e Sul do planeta. Portanto, que não me venham com o convite para ser ministro, tirando-me de tamanha liberdade.
Eta Brasilzão bom!