Sobras e sombras

Sobras e sombras

Ele que pensava ser Poeta, pois tinha a impressão que brincava com algumas palavras e construía pueris sentidos, caiu na real.

Dura a realidade!

Seus versos medíocres, sua palavra comprada no lugar comum e preenchida por construções petrificadas, não tinha nada de novo. A novidade era somente o aplauso fabricado. Eis a resposta convencional.

Segue...

O não-poeta poeta é, agora, o nefelibata caído, o telúrico-taciturno; uma sombra da sobra que já era.

Era uma vez...

Ele que ganhava da palavra o seu status, hoje, compra da vida a vida que pensava que tinha outrora. A sua sapiência era a sua ignorância!

Outro?

Tudo se encontra a favor do desfecho; começo do vazio. contra, somente se encontra a rima que fingia embelezar a falta de enfeite que havia. Nunca houve a beleza!

Adornar?

Depois e logo e tudo se acaba e acabou. Ficou somente um espectro rondando a vida, a sua própria vida.

Nada mais.

Mário Paternostro