ONDE NÃO PUDERES AMAR NÃO TE DEMORES
Otávio dorme na terceira caminha, dentre as nove, que compõe o quarto do abrigo para órfãos, onde ele mora, há mais de cinco anos.
Sua história de vida, não é muito diferente da história do amiguinho, que dorme na cama ao lado da sua.
Tavinho, como ele é chamado por todos ali, viu a mãe ser assassinada pelo pai, que em seguida se matou.
Mesmo com uma existência marcada pela tragédia, pelo desamor, e pela solidão, Tavinho, não é um menino amargo. É bem verdade que ele tem um olhar melancólico, e sua conversa mostra um menino muito mais maduro do que a idade que ele tem.
Ano passado, os olhinhos tristonhos de Tavinho brilharam de maneira diferente, um casal veio para conhecê-lo, com a intenção de adotá-lo, houve então as aprensentações, as promessas, e a esperança acendeu uma luz na alma apagada daquele menininho. Finalmente teria um lar, alguém para chamar de mãe e de pai.
Passado algum tempo, no entanto, o casal declinou do desejo de adotá-lo. Questionada do por que, da desistência? a futura mãe respondeu que não sentiu seu coração bater mais forte, e por isso sabia, que ainda não era aquele, o menino destinado para ser seu filho.
Certa estava Frida Kahlo, quando escreveu: " Onde não puderes amar não te demores".
Pois desse jeito o mal será sempre menor.
UM FINAL FELIZ
Há pouco mais de dois anos escrevi essa crônica, meu coração chorava pela tristeza de Tavinho. Hoje, bem cedo, ainda nem havia tomado meu desjejum, uma voluntária e amiga, do grupo ao qual faço parte, me ligou via whatsApp, para me contar (ela, quase não conseguia falar, tanto que chorava de alegria) que finalmente Tavinho, o meigo e solitário menino, ganhou um lar, e segundo ela, um casal de alma sensível, que impossibilitado de ter filhos biológicos, de coração aberto, optou pela adoção de Tavinho.
Daqui, longe tantos e tantos quilômetros como estou, a notícia encheu-me de felicidade. Desde sempre, Tavinho ansiava pela oportunidade de ser amado, de ter um lar, e não apenas viver num lugar.
Esse dia finalmente chegou.
Achei que a crônica merecia uma outra postagem, agora com um final muito feliz.
(imagem: Lenapena)
Otávio dorme na terceira caminha, dentre as nove, que compõe o quarto do abrigo para órfãos, onde ele mora, há mais de cinco anos.
Sua história de vida, não é muito diferente da história do amiguinho, que dorme na cama ao lado da sua.
Tavinho, como ele é chamado por todos ali, viu a mãe ser assassinada pelo pai, que em seguida se matou.
Mesmo com uma existência marcada pela tragédia, pelo desamor, e pela solidão, Tavinho, não é um menino amargo. É bem verdade que ele tem um olhar melancólico, e sua conversa mostra um menino muito mais maduro do que a idade que ele tem.
Ano passado, os olhinhos tristonhos de Tavinho brilharam de maneira diferente, um casal veio para conhecê-lo, com a intenção de adotá-lo, houve então as aprensentações, as promessas, e a esperança acendeu uma luz na alma apagada daquele menininho. Finalmente teria um lar, alguém para chamar de mãe e de pai.
Passado algum tempo, no entanto, o casal declinou do desejo de adotá-lo. Questionada do por que, da desistência? a futura mãe respondeu que não sentiu seu coração bater mais forte, e por isso sabia, que ainda não era aquele, o menino destinado para ser seu filho.
Certa estava Frida Kahlo, quando escreveu: " Onde não puderes amar não te demores".
Pois desse jeito o mal será sempre menor.
UM FINAL FELIZ
Há pouco mais de dois anos escrevi essa crônica, meu coração chorava pela tristeza de Tavinho. Hoje, bem cedo, ainda nem havia tomado meu desjejum, uma voluntária e amiga, do grupo ao qual faço parte, me ligou via whatsApp, para me contar (ela, quase não conseguia falar, tanto que chorava de alegria) que finalmente Tavinho, o meigo e solitário menino, ganhou um lar, e segundo ela, um casal de alma sensível, que impossibilitado de ter filhos biológicos, de coração aberto, optou pela adoção de Tavinho.
Daqui, longe tantos e tantos quilômetros como estou, a notícia encheu-me de felicidade. Desde sempre, Tavinho ansiava pela oportunidade de ser amado, de ter um lar, e não apenas viver num lugar.
Esse dia finalmente chegou.
Achei que a crônica merecia uma outra postagem, agora com um final muito feliz.
(imagem: Lenapena)