Enfim, o silêncio
Enfim, o silêncio...
Ouço agora o silêncio que se faz dentro de mim, permitindo que eu possa ouvir as batidas de meu coração. Percebo, então, o quanto estou viva. É preciso calar os ruídos, silenciar os gritos da alma, permitir-me ouvir a mim mesma. E, na madrugada, o relógio marca e avisa que o tempo está passando. E o que tenho feito do meu tempo? Uma sucessão de horas perdidas ou quem sabe, o amadurecimento através da solidão de um tempo sem fim. Resgato vozes em minha memória. Algumas pessoas não foram embora, ficaram presas em minhas lembranças. Preciso libertá-las para que eu me sinta livre. E, no silêncio de minha casa, sinto falta do sorriso fácil, do carinho inesperado, da conversa carregada de leveza...Enfim, o silêncio há de vir com a promessa de que a solidão tem fim.
Laura Guterres
Morro Redondo-RS 29/04/2016