VALEI-ME, SANTO ANTONIO!
E outra vez chegou o dia dele - 13 de junho. Preparo-me psicologicamente, treino o argumento, e internalizo “dessa vez vai dar certo!”.
É fato que já estou cansada de pedir. E imagino que também ele esteja aborrecido comigo, de tanto insistir nessa procura sem fim. É que ainda não me dei por vencida. Deve ter alguém, por aí, de bobeira, esperando encontrar a mulher ideal, enquanto eu aqui espero o homem ideal... e de sorte.
Mas, enfim, chega o momento de resolver as paradas, e decido ser bem direta:
- E aí, meu santo? Podes dar uma forcinha e agilizar esse encontro?
O santo, mantendo-se calmo, responde:
- Filha, eu tentei! Mas sempre que atendi ao seu pedido fui julgado pela escolha. Puseste em mim a culpa das tuas crises existenciais e das tuas oscilações.
- É... mas também houve casos que, pelo amor de Deus, ninguém merece! Pela demora, o senhor podia escolher melhor.
- Tens toda razão, minha filha! Mas devo te dizer que agora, depois de tantas tentativas frustradas, tua situação está nas mãos de São Judas Tadeu, colega que trata das causas perdidas, impossíveis e desesperadas.
- Ah, não, santo Antônio! E vou ter que explicar tudo de novo? E quando é o dia dele?
- 28 de outubro.
- Quê? E o que eu faço até lá?
- Reze, filha, ladainhas! Por que o negócio tá difícil... no seu caso, então...