A estante espera o tamanho do seu amor.
A estante espera o tamanho do seu amor.
Dia dos namorados! Quem namora quem? Capitalismo e consumismo se amam e o amor se constrói nas propagandas para se realizar em objeto.
Casais trocam juram de amor, renovam sentimentos e são desejados pelas estantes repletas de "eu te amo" e promessas de felicidades.
O amor, construção de seu tempo, precisa de uma data para se fazer amor e se entender como amor e, dessa maneira, responder ao encontro de corpos e comemorar respondendo ao calendário.
"Prometo te amar eternamente!" Até, quem sabe, no ano que vem, quando esse dia me lembrar que amo e que namoro e que, somente, digo os "clichês" nessa data comemorativa, somente nesse dia.
"Eu te amo!" E toda a rima do amor se faz a partir dessa construção fixa e repetida a exaustão. Amores eternos que, muitas vezes, não chegam ao início da semana, tampouco, ao ano de comemoração, contudo, deve responder ao espetáculo da união e se contentar com a mediocridade das alianças e dos contratos feitos explícitos e rasgados no silêncio escuro de cada amante.
...e mais uma vez os namorados prometem e juram seus amores; votos curtidos e compartilhados e testemunhas das verdades provisórias. Que bom!
Feliz dia dos namorados! A estante espera o tamanho do seu amor. Cada promoção é uma voz gritando seu sentimento. Corra e escolha o seu melhor amor e oferte para o objeto do amor. Seja feliz! Ame!
Mário Paternostro