Baila comigo esta noite?

O cenário desperta - e na certa, não deserta - paixões de outrora. A música é bem suave, não é aquela possante vibração dos tempos de Norberto e seus meninos. Mas eles estão lá, sentadinhos, e vale a pena a espera. É noite de celebração, sob a regência do Dr Walter Colombarolli, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, sediado em Beagá. E a assessorá-lo uma nobre escritora, cativa adotiva cidadã desta Velha Serrana e a indefectível Zezé Valério, decana educadora, e entre outros chapéus, Presidente do Instituto Histórico de Pitangui.

E que noitada. É a da outorga da medalha comemorativa dos trezentos anos de Pitangui, já iniciada na própria sede do IHG de MG, em novembro último. Não é possível nomear aqui uma relação completa de tantos recipiendários dessa preciosa e cobiçada comenda.

Mas vamos lá: Cristina, curadora do Centro Cultural de Velho da Taipa, município vizinho de Conceição do Pará, com quem condividimos o caudaloso rio Pará, e um rio de histórias comuns; Dinho da Bia, amigo vizinho de infância, contrabaixista do Norberto, do Labareda e animador de tantas serestas, e que revelação para a maioria dos presentes: é Romualdo o seu nome de pia, e de pai, também Romualdo; Wellington Lima, Cabrito para toda uma ou duas gerações, cantor intérprete de tantas emoções; Reinaldo Rohr, músico de nascença, sem cura ou curé possível pra essa sua doença, amigo desde as primeiras investidas nas peladas de rua...

O Edílson, diretor do jornal O Independente, clamor há vinte e seis anos

da voz de nossa gente; Jorge Guerra Brasil, poeta, compositor, construtor e apaixonado das coisas e loisas de nosso torrão natal...Meu mano Tadeu, que, embora ausente, fez-se presente ao ser evocada sua passagem dinâmica e criativa pela presidência do IHP; um respeitável Senhor Vicente, pompeana nobre gente, cercado de parentes e descendentes, que nos deu a honra de sua presença...

E até eu, enfatiotado numa noite de sexta-feira para ser recordado de uma ação já quase meio-centenária: estava entre os assinantes - e hoje ainda entre os remanescentes viventes da Acta de Constituiçam do IH de Pitangui, naquele já remoto ano de 1968.

E mais houve: o lançamento dos livros de Marcos Barrica Faria, nosso Castilho de também quase meio século de guarda-valas, historiando nosso futebol; Welbert, o jovem jornalista da terra, descrevendo com maestria as povoações de nossa freguesia, e por fim, mas não último, o Professor Licínio, historiador, dedicando sua obra seminal sobre as representações cênicas em Pitangui, da tela ao teatro.

E Vandeir, o intrépido Indiana Jones de nossa Velha Serrana, tudo documetando...

E o antigo Clube de Pitangui, hoje dum rosa, a inspirar bailes doutrora, ora...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 11/06/2016
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