O MOÇO DO VIOLÃO
(Diário de minhas andanças)
Novembro/2011
Cruzou a calçada quase alheio à minha presença.Dois ligeiros balançar de cabeças assinalaram um cumprimento formal e mergulhamos,ele e eu,nas sobras da tarde de domingo.
[Numa destas tardes em que o silêncio dita as regras,pensamento anda longe e olhos buscam revoadas de curucacas]
Eu,feito um espectro,postado no portão dos fundos.
Ele,violão às costas,singrando a ladeira de pedras irregulares.
As acácias da rua Espírito Santo,aos fundos de minha casa,destilando cheiros sobre:”espectro e andante”.
Não resisti e,num “click”,roubei-lhe a imagem.No exato momento em que ,à beira do caminho, algumas flores vadias espreitavam os passos cadenciados do moço do violão.
A imagem induziu-me à confabular com meus botões,revelando-lhes o desejo secreto de saber tocar êsse instrumento.
Fui mais além.Atrevidamente passei ,à partir de meu gosto pessoal,a colocar musicalidade
naquele violão.Fui ponteando mentalmente um "pinho" ilusório em acordes românticos pela tarde silenciosa,enquanto perseguia no olhar o “andante solitário" até o momento em que a esquina mais próxima o engoliu.
Na quietude incensada às acácias da Espírito Santo,as cordas instrumentais de minh´ alma afinavam-se no peito.
Desajeitado comigo mesmo,coração pulsando versos,idealizei canções à minha namorada.
[Ela assistia “a missa da tarde” pela TV]
Se dera-me dominar a arte de dedilhar um violão,juro que “violaria “o silêncio cheiroso do fim do dia ,entraria porta à dentro a lhe dizer de todo meu afeto,cantando exatamente assim :
Click no link abaixo para ouvir:
https://www.youtube.com/watch?v=Tppw-cTZnf8
Joel Gomes Teixeira
(Diário de minhas andanças)
Novembro/2011
Cruzou a calçada quase alheio à minha presença.Dois ligeiros balançar de cabeças assinalaram um cumprimento formal e mergulhamos,ele e eu,nas sobras da tarde de domingo.
[Numa destas tardes em que o silêncio dita as regras,pensamento anda longe e olhos buscam revoadas de curucacas]
Eu,feito um espectro,postado no portão dos fundos.
Ele,violão às costas,singrando a ladeira de pedras irregulares.
As acácias da rua Espírito Santo,aos fundos de minha casa,destilando cheiros sobre:”espectro e andante”.
Não resisti e,num “click”,roubei-lhe a imagem.No exato momento em que ,à beira do caminho, algumas flores vadias espreitavam os passos cadenciados do moço do violão.
A imagem induziu-me à confabular com meus botões,revelando-lhes o desejo secreto de saber tocar êsse instrumento.
Fui mais além.Atrevidamente passei ,à partir de meu gosto pessoal,a colocar musicalidade
naquele violão.Fui ponteando mentalmente um "pinho" ilusório em acordes românticos pela tarde silenciosa,enquanto perseguia no olhar o “andante solitário" até o momento em que a esquina mais próxima o engoliu.
Na quietude incensada às acácias da Espírito Santo,as cordas instrumentais de minh´ alma afinavam-se no peito.
Desajeitado comigo mesmo,coração pulsando versos,idealizei canções à minha namorada.
[Ela assistia “a missa da tarde” pela TV]
Se dera-me dominar a arte de dedilhar um violão,juro que “violaria “o silêncio cheiroso do fim do dia ,entraria porta à dentro a lhe dizer de todo meu afeto,cantando exatamente assim :
Click no link abaixo para ouvir:
https://www.youtube.com/watch?v=Tppw-cTZnf8
Joel Gomes Teixeira