A TROPA CEGA DAS REDES SOCIAIS
Não vejo nenhum problema na captação de recursos através da Lei Rouanet de patrocínio a cultura. Com a chegada de uma tropa mal informada nas redes sociais, a Lei passou a ser uma espécie de pecado e seus beneficiários oportunistas.
Como a tropa que chegou não tem o hábito de ler, sempre viveu na ignorância política, fica repetindo clichês contra os artistas numa demonstração flagrante de falta de conhecimento e de cultura.
O compositor Chico Buarque, um dos maiores patrimônios da cultura brasileira, constantemente é alvo de críticas raivosas, de manifestações fascistas e de ódio por parte desses frequentadores de páginas como os ‘revoltados on-line’, ‘vem pra rua’ e outros grupos de extrema direita apoiadores de abjetos como Bolsonaro.
A legislação permite a captação de recursos para projetos culturais por meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas físicas. Na prática, a Lei Rouanet permite, por exemplo, que uma empresa privada direcione parte do dinheiro que iria recolher gastar com impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para receber recursos.
Apesar da clareza do texto da Lei, muita gente insiste na tese de que os artistas, quer dizer, os artistas que se posicionam a favor do PT, são vagabundos e usurpadores do dinheiro público.
Entre os maiores beneficiários da Lei Rouanet, nos últimos dez anos, estão a Fundação Roberto Marinho e o Instituto Itaú Cultural. Os artistas mais visados pela tropa cega das redes sociais, os que apoiam o PT, não aparecem na lista dos cem maiores beneficiários.
A falta de reflexão da tropa das redes sociais faz com que seus membros ignorem e rejeitem a obra de nossas artistas, fortaleça o discurso conservador de setores da política e da imprensa, aprofunde a crise adotando o programa do governo GOLPISTA e acabam engrossando fileiras de grupos fascistas que querem o retrocesso em detrimento da democracia.
Ricardo Mezavila.