CULPA DO OLHAR...
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Beleza roubada, em corpo e alma. Nesse caso, o produto do roubo, arrebatado com sensibilidade e delicadeza, é arte. E, arte pela arte, não postula ressarcimento a não ser em forma de carinho e afeição, calor no coração e partilha da felicidade. Só assim, quando a gente quer fazer valer o amor, valem também canções de amor, contornam-se dores de cotovelo, realizam-se sonhos de felicidade e se ganha na aposta do namoro. E eu, “caçador de mim / por tanto amor, por tanta emoção... preso a canções”, me rendi também à caça.
Boa sorte, encantamento, magia... Talismã sem Par, sem igual.Como na canção de Jorge Vercílio.Dessa canção faço uma releitura, em prosa, no Dia dos Namorados. É que conhecer você não foi apenas bom.Foi tão bom que eu não sei como explicar. Como se eu pudesse ver estampado no seu olhar o que estava dentro de você. Algo contemplado que vinha para me completar. Paixão inicial:ou acaba ou se consolida em amor.Uma vela acesa que pode bruxulear mas que se não apaga. Quando, então, dá pra ver que eu preciso de você como luz para alumiar, água pra beber e como o ar pra respirar. Pois, quando vem do coração, a gente percebe na respiração. Porque, se um do outro se perder, tudo fica sem explicação, como um Talismã sem Par.
Tudo começou com um olhar, confirmando o dito: Tudo depende do olhar. Segundo Leonardo da Vinci, “As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar”. E “foi assim, como ver o mar a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar”, fazendo eco ao Todo Azul do Mar, de Venturini. Ventura à ventura, ao acaso, pois não tinha a intenção de me apaixonar. Mas, quando me dei por mim, não pude fugir ao visgo do destino que me prendera dentro do seu olhar. Olhos nos olhos. “Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha para ficar”. Culpa do olhar! Como olhar o mar pela primeira vez e sentir-se dono de todo o mar pelo azul em fora.Oceano adentro...