A VOZ DE OURO II

Na grande final o Teatro Record lotado com 2 mil pessoas, orquestra de cordas, câmeras de televisão, todo um cenário de mexer com os nervos de qualquer cristão. Este era o estado de espírito dos calouros como eu que se encontravam até então nos bastidores. Iniciada a apresentação começaram a ser chamados um a um os candidatos. Uns levados pelo nervosismo se atrapalhavam, erravam e saíam chorando. Outros conseguiam fazer uma boa apresentação. Entre estes, felizmente eu me encontrava, mas mesmo assim não foi suficiente para que alcançássemos o primeiro lugar que foi de um paulista. Nos restou o prêmio de consolação que era uma eletrola que ganhamos da fábrica ABC, patrocinadora do evento.Como eu ganhava muito pouco nas minhas apresentações , perguntei ao meu pai se ele queria comprar a citada eletrola. Ele claro, como o bom pai que era, aceitou. Entretanto, minha mãe, penalizada com a situação, depois que o velho havia comprado, intercedendo em meu favor disse: - "Coitado do guri, devolve a eletrola pra ele porque afinal esta é a única lembrança que ele tem. O meu pai, sensibilizado com o pedido da minha mãe, atendeu. Entretanto, depois de poucos dias, eu me apertando outra vez, vendi novamente a eletrola pro velho. Nem seria necessário dizer que este foi, literalmente um negócio de pai pra filho.

Hoje pensando com meus botões, se eu não tivesse uma ótima formação familiar eu seria um baita "171" ou quem sabe um grande vendedor.

Gilberto Stone
Enviado por Gilberto Stone em 15/07/2007
Reeditado em 06/09/2013
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