Xícara de café
Eu tenho que me acostumar com essa cena: eu aqui, sozinha, com minha xícara de café. A pia está cheia de louça, e, que bom, isso já não me inquieta nem me irrita. Eu faço meus horários. Olho em direção a ela, e torno à minha xícara de café. Deixei acumular algumas roupas pra lavar também , por causa de outros afazeres, mas eis que estou aqui, com minha xícara de café, pensando em tudo que deixei acumular em minha vida. As tralhas das quais hoje quero me desfazer.
Um bom cafezinho nos inspira, e eu preciso botar a roupa na máquina, mas, de repente, me pego aqui a escrever. De repente, lembrei-me que sou professora e que posso até mostrar para meus alunos estas abençoadas linhas. Abençoadas?! Sim, abençoadas. Porque dispõem o íntimo a uma reflexão. Tudo bem, posso até chorar, mas... gosto de escrever e... gosto também de um cafezinho.
Tenho que me acostumar.
Quantas xícaras mais ainda será preciso?
Não deixarei de tomar meu cafezinho da tarde e sei que outras vezes vou refletir nesses momentos. É que nem sempre estive só ao tomar meu cafezinho, mas... vou acostumar com isso.
As xícaras de café são inspiradoras, apreciemo-las então. E... dependendo de onde estamos, podemos fazer isso apreciando também o momento, o cenário, as pessoas a nossa volta, ou mesmo a circunstância de seu momento, afinal, a vida tem que ser como uma boa xícara de café bem quentinho. Depois, quem sabe, virá o pãozinho.
Ethel, 04 de junho de 2016