Mata-se o poeta; não, a poesia
A poesia se constitui mais de sentimentos do que de versos. O poeta ou a poetisa se faz do sentimento; como o rio, da fonte. Sem sentimento ninguém é poeta, até se plagia a poesia alheia; mas , não, o sentimento. Assim o poeta é o mais original dos escritores, escreve o que canta, do fundo da sua alma, canção que lhe é particular. Mas quando seu teor vira poesia, ela se universaliza, relativizando-se em cada leitor. Por isso, imitar tal e qual determinado poeta logo é denunciante, pois a poesia, inconfundivelmente, torna-se "persona" do poeta que a escreve.
É verdade que, sendo gente de sentimento, o poeta sente as dores dos outros e as suas, as contradições da vida, o fogo dos incendiários, a luta dos guerreiros, o sofrer da natureza, a mordida dos caninos, o frio da neve, a seca do sertão ou os últimos ou duradouros dias dos sobreviventes, como Sitonio Pinto, em Dom Sertão e Dona Seca, parecendo que para isso sobrevivessem os euclidianos sertanejos ... O poeta segue destino difícil, de sol sem sombras, de lua sem luar, de terra sem chuva. Se o sentimento gera o poeta, então só existem poetas depois do sentimento; e ao aprenderem palavras, desfiam o sentimento como um novelo adquirido depois de paridos; tecem tapetes infindáveis à busca da Musa, como Penélope à espera de Ulisses.
Quem tem sentimento não deixa de sentir as dores dos outros , as agruras do povo, os desejos de liberdade e a violência das repressões, assumindo uma ideologia. Isso está na História: Poetas que tentaram anarquizar regimes totalitários, o nazismo, o fascismo. Por isso, na Espanha, os fascistas perseguiram o sentimento e mataram seu poeta maior; soldados fuzilaram García Lorca não sabendo que matavam um poeta, obedecendo ordem de dar fim ao seu sentimento. Mas, quando se assassina um poeta, não se mata a poesia. Por aí, ainda nessas trágicas histórias, o sentimento abre os olhos à miopia dos que vêem, daí a poesia...
A poesia se constitui mais de sentimentos do que de versos. O poeta ou a poetisa se faz do sentimento; como o rio, da fonte. Sem sentimento ninguém é poeta, até se plagia a poesia alheia; mas , não, o sentimento. Assim o poeta é o mais original dos escritores, escreve o que canta, do fundo da sua alma, canção que lhe é particular. Mas quando seu teor vira poesia, ela se universaliza, relativizando-se em cada leitor. Por isso, imitar tal e qual determinado poeta logo é denunciante, pois a poesia, inconfundivelmente, torna-se "persona" do poeta que a escreve.
É verdade que, sendo gente de sentimento, o poeta sente as dores dos outros e as suas, as contradições da vida, o fogo dos incendiários, a luta dos guerreiros, o sofrer da natureza, a mordida dos caninos, o frio da neve, a seca do sertão ou os últimos ou duradouros dias dos sobreviventes, como Sitonio Pinto, em Dom Sertão e Dona Seca, parecendo que para isso sobrevivessem os euclidianos sertanejos ... O poeta segue destino difícil, de sol sem sombras, de lua sem luar, de terra sem chuva. Se o sentimento gera o poeta, então só existem poetas depois do sentimento; e ao aprenderem palavras, desfiam o sentimento como um novelo adquirido depois de paridos; tecem tapetes infindáveis à busca da Musa, como Penélope à espera de Ulisses.
Quem tem sentimento não deixa de sentir as dores dos outros , as agruras do povo, os desejos de liberdade e a violência das repressões, assumindo uma ideologia. Isso está na História: Poetas que tentaram anarquizar regimes totalitários, o nazismo, o fascismo. Por isso, na Espanha, os fascistas perseguiram o sentimento e mataram seu poeta maior; soldados fuzilaram García Lorca não sabendo que matavam um poeta, obedecendo ordem de dar fim ao seu sentimento. Mas, quando se assassina um poeta, não se mata a poesia. Por aí, ainda nessas trágicas histórias, o sentimento abre os olhos à miopia dos que vêem, daí a poesia...