Quero que meus textos tenham contornos fortes,
Mas que ao fim representem quadros tão intensamente gravados nos delírios da mente quanto os que pintou Dali.

É possível que um texto se derreta enquanto se lê?

Se não, que seja,
Pois nas linhas que escrevemos até os maiores absurdos se tornam reais e tão concretos quanto os medos que carregamos e construímos e que ao fim nos devoram em vida.

Não é no ódio que reside a força do que se chama o mal, mas nos medos que carregam os viventes neste mundo de cores pastéis.

Não temo o encontro com um Deus, nem com muitos, mas o meu desencontro comigo.

Somente dir-lhe-ei, se der –me a honra e a graça de me ouvir, que fui feliz por que pude escrever e tive nos sonhos a liberdade de ir e vir do encanto ao pesadelo e de ambos sair.

Não há um lugar no inferno para ninguém, pois quem os constrói devia saber que só entra no fogo quem a si mesmo consome de dor, de ciúmes, de inveja e de remorsos.

Não tema, não se queime, não deseje nada que possa ser feito de moléculas e anseie apenas pela liberdade de voar com as próprias asas da imaginação...