CAVERNA DE PLATÃO. DEMOCRACIA. VIVER COM AS DIFERENÇAS.

Democracia, igual a demo, que significa povo, e cracia, indicativo de poder. Governo do povo, poder do povo.

Sem dúvida é uma ficção, mas a melhor ficção, pois tudo se aproxima do possivelmente melhor, nunca da perfeição. Em toda a vida e em tudo, em gênero, há uma ficção. Não há espécie perfeita.

Não existe poder perfeito, e é melhor a democracia por se distanciar do radicalismo que impõe a vontade de poucos sobre muitos. Por vezes de um só. Democracia é o convívio dos diferentes. Todos os seres são diferentes como pessoas, mas são iguais como cidadãos, sob o princípio das liberdades públicas, direitos individuais.

Isso requer tolerância e entendimento, mas nunca aceitação da incorreção.

O mito da Caverna de Platão embute certa analogia com relação à legitimação da realidade diante da ficção, nunca didáticas da erronia, pedagogia desestruturada de logicidade, que desinforma e desensina.

Filosofia é a ciência que estuda o hipoteticamente desconhecido ou o inexatamente conhecido.

Alargar a angulação da exegese permite ampliar uma visão adequada às situações fáticas. Qual sombra e qual realidade se instalam dentro e fora da caverna de Platão? Onde está a realidade? Na sombra que persiste para determinado personagem que quer ficar de costas para a porta da caverna e assim continuar, mesmo depois de revelado o que seria a realidade por outro personagem que esteve fora da caverna? Ou na realidade da personagem que só conhecia pelas sombras o que estava do lado de fora da caverna e acha que encontrou a realidade fora da caverna?

Ângulos determinam e sinalizam diversidade de enfoques. Só uma certeza se aproxima da democracia - até pela razão de se estruturar na nação politicamente organizada que instaura o Estado - o respeito às normas, às regras.

Fica fácil dizer que mesmo sob âmbito ficcional subsiste uma visão sem deformidade. Ou se estabelece uma vontade única, ditatorial, portanto deformada e corrompendo o direito natural inerente a todos de exercer a liberdade, ou se consagra a vontade da maioria na representação democrática sob sistemas de governos existentes.

Assim funciona, legitimamente em partes, partidos, a democracia. Só não resulta legítima se desvios forem praticados no exercício do poder, na investidura pública.

A esta altura do ciclo humano, sem explicar-se o surgimento da vida ou a formação do pensamento, reduz-se ao vestibular da compreensão questões dessa natureza, quando no planeta os conflitos de interesses permanecem difusos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/05/2016
Reeditado em 01/06/2016
Código do texto: T5653268
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