Si non è vero, é Verinho

Você não viu nada...se for a Pitangui, cidade tricentenária, mais um ano, e fizer o tour por suas ladeiras e seus casarões coloniais, e deixar de dar uma passada no Verinho, a memória vida da cidade.

A cerveja até sai de graça, se você lá se abancar e se puser a manusear a farta documentação fotográfica da cidade, por você livremente folheada, enquanto apresentada, narrada e comentada pelo anfitrião, em continuada disposição para lhe atender na mesa ou no balcão.

Filho da terra, desde a mais tenra idade, Verinho foi atrás da bola. E quase se - e te - alucina ao rememorar, da torcida a alma mais feminina. E não se confinavam só ao burgo da Velha Serrana, as suas jogadas de efeito, sua ginga e os seus dribles, sem contar as penetrações quando se embrenhava - mas emprenhar evitava - nos mais diversos vizinhos rincões da Velha, e nada serena, Serrana.

Ao ver-me compulsar a identificar uma boa parte dos fotografados que lhe compõem o acervo, em sua versão esportiva, Verinho se disse surpreso diante de um atleta que fui e que marcou 3 gols no campo do Clube Atlético Pitanguiense em meados dos anos 60. E que, na trilha de Pelé, Romário e Túlio Maravilha ainda creio que chegue ao milésimo, com direito a inscrição no panteão dos heróis municipais.

A minha passagem pelo clube adversário, o Pitangui Esporte Clube, se foi estéril em matéria de balançar as redes, valeu-me pelos ensinamentos hauridos de João Albino, filósofo do futebol e de velórios memoráveis.

Deixei o tira gosto para outra oportunidade, com ambas as mãos em permanente atividade, e a cerveja até esquentou. Mas a mente, como vagou, que até Danilo, Chico e Tode, Iraci, Corta e Bigode escalou...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 31/05/2016
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