Um desastre

Uma tarde tediosa, resolvi-me por brincar com a escrita e com as palavras. Peguei o dicionário e me aventurei, de cara, busquei uma palavra em específico. "Exagerada" foi a escolhida e ao olhar sua definição, li meu nome, vi meu sorriso, senti meu perfume e entre aspas pude encontrar minhas piadas. Eis a questão, totalmente exagerada, do início ao fim.

Na história do 8 ou 80, sempre passei pelo 8 despercebida e fui direta às beiradas do 79, sempre fui 80. Um defeito na maioria das vezes, qualidade nas raras em que sou aceita de braços abertos. Quando pequena, ou queria logo três bolas de sorvete ou nem tomava. Assistia ao desenho favorito ou não assistia à programa algum. Personalidade forte, é o que dizem (Apesar de ter relutado contra isso desde pequena). Então cresci e descobri que se há os que se doam e os que vivem de migalhas, eis que me tornei doadora universal, dificuldade em doar sangue, batendo de frente com todos da família por serem míseras migalhas de pouca doação. E em quaisquer outras relações acabei virando o excesso do excesso, se ganho um beijo, me perco e me dôo para que valha a pena, em um abraço, afago e apego cerceiam cada parte dos corpos juntos, em um amor, sou junção de ciúme e falta de atenção, de equalização equivocada e agudos extremos demais para um qualquer.

Dizem ser normal, coisa de signo. Câncer costuma ser o mais sensível, como a alma que chora todas as noites por erros mau interpretados que já vivi, costuma ser o que quando ama, atinge velocidades extremas e choca com intensidade anormal, e é medrosa, tem medo de novas amizades e de erros antigos, é aquela com coragem de confrontar gigantes sem armas, de coração aberto e alma vazia. E no fim da história, sou exatamente isso, isa-gerada. Porque já dizia Gessinger... "Fui sincero como não se pode ser".

Classicisa
Enviado por Classicisa em 29/05/2016
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