Abertura e clausura
Mano Beu e seus portões. O primeiro foi a cancelinha, de madeira, mal-ajambradinha, no jardinzim de frente à nossa casinha do Brumado, que fechou aos avanços da vizinha Aparecida da Anita do Tõe Pinto. Nada obstante, mais de meio século passado, louva a investida e, à indigitada, que chama de sua primeira e mais prematura namorada.
O segundo portão mais expressivo na vida de Beu, que é César e Tadeu, foi quando adolescente, mudou-se sem armas ou bagagens pra Belzonte e pra garantir seus estudos no Estadual Central, pegou lá um bico de controlar as entradas dos credenciados pelo portão principal por meio de uma corrente que, eventualmente, por erro recorrente levantava a saia dalguma docente - ou discente.
Já o terceiro da série deu-se na casa de nossos pais, em Pitangui, mesmo onde, já engenheiro diplomado, aposentado e diletante inveterado, resolveu instalar um portão elétrico para facilitar o acesso à garagem. As constantes mexidas no motorzinho, nas engrenagens, roldanas e outras corretagens sempre proporcionam um alívio aos usuários até que surja uma nova pane e o (des)controle remoto, que se dane...para a paúra de mamãe, que teme que os cachorros consumem de vez sua ameaça de destruírem o caminhão de lixo que parece passar umas seis vezes ao dia...
E o quarto? Ah esse crê o Beu poder esperar. Falta uma eternidade pra Pedro aposentar...crente, crente que irá com o Messias voltar.