Hoje pela manhã fui caminhar pelo Central Park, mais uma vez me encantei com os tons lindos com que a primavera coloriu os canteiros do parque.
Andei meus seis quilômetros diários, e terminei minha caminhada, em um dos meus locais preferidos no Central Park o "Strawberry Fields" um belíssimo memorial dedicado a John Lennon.
Sentada em frente ao lugar, lembrei-me do texto "O piano de Lennon", que escrevi há mais de um ano atrás, e resolvi republicá-lo.

O PIANO DE LENNON

Quando me perguntam quais músicas eu mais gosto, costumo listar uma porção delas. Agora, se me interrogam qual canção toca mais fundo meu coração, é sem pestanejar que respondo: "IMAGINE", de autoria do inesquecível John Lennon.
Por admirar demais o talento de John, sempre busco conhecer um pouco mais sobre ele, e nessa busca, fico sabendo um pouco da história do piano no qual o Beatles compôs a famosa canção.
John o comprou em dezembro de 1970, em uma loja da Steinway, em Londres.
O piano vive hoje em Liverpool, no Museu dos Beatles.
E isso se deve a generosidade do cantor Pop George Michael, que pagou 1,45 milhões de libras esterlinas, pelo piano de John, só para deixá-lo no museu. 
O cantor disse que o piano "não é o tipo de coisa que deve ser colocada em depósito ou ser protegida, ele deve ser visto pelas pessoas".
George, na sua sensibilidade está coberto de razão, pois o piano tem cumprido de maneira admirável sua missão, vejamos a seguir um trecho do livro "O Supersentido, porque acreditamos no inacreditável", escrito por Bruce M. Hood, onde ele conta sobre o efeito causado pelo piano, onde John compôs a magnífica canção "Imagine".

- "Em 2007, o piano de John Lennon, o mesmo no qual ele compôs a canção Imagine, deixou o reino Unido para percorrer uma turnê por alguns lugares ao redor do mundo.
O piano foi parar na Colina de Dallas, onde ocorreu o assassinato de John F. Kennedy. Em seguida foi a Memphis, onde Martin Lther King Jr foi baleado.
Chegou em Nova Orleans após a devastação do furacão Katrina.
O piano de Lennon havia se tornado um objeto sagrado para curar as feridas deixadas nas comunidades que ainda tentavam superar a desolação. 
Qualquer pessoa podia toca-lo. Lori Blanc, bióloga da universidade da Virginia, conta que mesmo sendo uma cientista, viu-se surpreendentemente atraída pelo piano e reconfortada após tocar uma música para um amigo que foi assassinado.
Libra LaGrone, cuja casa foi destruida pelo furacão Katrina, disse : " Foi como dormir com o blusão do meu avô. Familiar, bonito e pessoal." -

Eu particularmente imagino os sentimentos que esse instrumento pode despertar nas pessoas, pois creio que objetos guardam energias das pessoas que os usaram.
Eu mesma sempre que estou em Nova York, onde vou muito, por ter um filho que reside lá há onze anos. Costumo quando estou na cidade, passear pelo Central Park.
E mesmo sendo um parque magnífico, como já escreveram alguns,  "o Louvre dos parques", meu lugar preferido lá, é junto ao memorial em homenagem ao John, o famoso  "Strawberry Fields" em referência a canção composta por John, que  fala de sua infância, e onde está também o memorial "Imagine".
Claro que não estou sozinha nessa preferência, pois seja inverno ou verão, o local fica repleto de pessoas, e flores ofertadas em memória dele. 
Quando estou por ali, dedico muito tempo a meditar, e a sentir as vibrações especiais do lugar, já que o mesmo fica em frente ao Dakota, última residência de John.

Muitas pessoas menosprezam esse tipo de sentimento e comportamento descritos por aqueles que estiveram perto do piano de Lennon, ou que visitam sitios especiais como o "Strawberry Fields", como se as emoções fossem menos importantes do que a razão.
Eu gosto de pensar que sentimentos são razões pelas quais nós fazemos qualquer coisa, sejam elas  boas ou ruins.
E também de lembrar (sempre) que sem sentimento não há vida de fato, só um arremedo de vida.



(Imagem: Lenapena - Central Park)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 29/05/2016
Reeditado em 29/05/2016
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