O CERTO É ESTAR ERRADO?
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Flávio Cavalcante
Não sabemos mais nesse país o que está certo e quando está errado. Pelo que entendemos parece que estamos vivendo num momento de inversão de valores. Policial mata bandido e é condenado como se ele fosse o próprio bandido e olha que ainda tem que indenizar a família do delinquente. Estupradores são soltos da cadeia e inocentados perante a justiça dando-o direito de voltar pra casa por bom comportamento enquanto a família da vítima que presenciou requinte de crueldade está enclausurada passando necessidade e com medo de receber alguma repreensão por parte do inocentado pela justiça.
Onde vamos parar com tanta coisa fora do lugar? Será que o certo é estar errado? Acabou-se a lógica de tudo? Fico assustado a cada dia que passa. Percebo que estamos morando no centro do caldeirão do inferno. O cidadão já não aguenta mais pagar impostos para o governo que só preocupa em meter a mão boba nos cofres alheios e criar leis que os protejam do erro que eles mesmos cometeram. Pergunto novamente; o certo é estar errado? Por não aguentar tanto erro nesse país protetor do erro que os cidadãos de bem e de boa vontade resolveram arregaçar as mangar e arrancar de vez as vendas da justiça cega, arregalar bem os olhos dela e fazer a justiça com as próprias mãos. Não se combate o erro com outro erro, da mesma forma que não acaba violência implorando pela paz. Novamente a pergunta; Será que o certo é estar errado?
Certo cidadão invadiu a calçada num veículo de médio porte e ele estava completamente embriagado e quase atropelou uma idosa que ia para o médico e seguia lentamente. Um outro cidadão tomando as dores da senhora velhinha reclamou do delinquente que ele estava errado. O inusitado aconteceu. O que era pra ser apenas um acontecimento comentado pelos moradores virou um caso de polícia e mais uma exposição e conselho de que nesse país andar errado vale a pena. A confusão gerou discussão e o embriagado sacou uma arma para o cidadão que apenas havia chamado a atenção do delinquente. Como toda ação sem tem uma reação, o que o delinquente não esperava era que o cidadão também estivesse armado e sóbrio. Em defesa de sua própria vida o cidadão atirou na mão do delinquente e o desarmou. Por causa desse ato, a justiça o trata como bandido e está preso e condenado, enquanto o delinquente continua a solta nas ruas enchendo a cara e praticando atrocidades e quem sabe arrumando mais vítimas. Onde vamos parar nesse país que é conivente com o erro? Venho novamente com a pergunta; Será que o certo é estar errado?
Nos EUA o presidente Barack Obama condecorou um policial por ter desarmado um terrorista e evitado um ataque suicida e o promoveu numa solene homenagem por contribuir para o bem estar na nação. Simples assim. Dar a césar o que é de césar.
Na minha opinião jamais se combate o erro quando quem deveria combater está mergulhado dentro dele até o pescoço. No Brasil é assim. Vira herói aquele que conseguir afanar uma maior quantia dos cofres públicos. Tem que distribuir dentro da cueca, na conta do amigo para mostrar que ninguém tem nada a ver com isso. Não fui eu, não é meu, pode ser de um amigo meu; ninguém viu nada, ninguém sabe de nada. Vira um circo sem picadeiro. E ao invés de distribuir pipocas com guaraná, eles servem uma deliciosa e gigantesca pizza, como um cala a boca pondo a chupeta na boca de uma criança que não para de chorar. Assim eles vão empurrando com a barriga as sujeiras para debaixo do tapete. Até quando ninguém sabe quando essa mamada na teta dessa mãe tão gentil seque a última gota da fonte e forçosamente façam separar o joio do tribo para assim vivermos num país onde podemos ter orgulho de ser brasileiro. Quando será? Amanhã? Pra quem já esperou até agora não custa nada um pouco mais esperar.
Flávio Cavalcante