Mensagens que edificam - 203
Numa ociosidade vespertina, fui tomado por uma súbita nostalgia, e por uns momentos, como que num arrebatamento fui transportado à memórias muito vívidas da minha saudosa avozinha. De olhos fechados, sua voz na minha recordação era tão nítida, como se fosse mesmo hoje. Mas ela já se foi, e fazem alguns anos. Fiquei analizando o quão frágeis somos, e quanto tempo perdemos em disputas que num futuro desavisado só nos trará remorsos. Eu poderia ter ouvido um pouco mais a minha avó, mas muitas vezes os afazeres me furtavam este precioso tempo. Eu poderia ter abraçado bem mais a minha avozinha e ter ouvido mais dos seus preciosos conselhos, mas como sempre, as ocupações me roubaram estes instantes únicos. Quem me dera poder voltar no tempo e distribuir melhor minhas tarefas. Nos ocupamos tanto com tanta coisa, e despercebidos deixamos escapar que a melhor coisa é amar de sobra enquanto se pode amar; é beijar, abraçar e sentir com intensidade enquanto se é permitido. O tempo não perdoa, e não recua nunca. É preciso rever nossos conceitos de relacionamento e não esquecer que se há algo único, esse algo se chama "momento".