Memórias #1: Brincando com marimbondos
Enquanto criança, “um bom selvagem”, minha curiosidade me levava à todos os tipos de mundo. Só na minha infância eu fui um arqueólogo, um botânico, um serial killer de formigas de roça, um cientista, um mago, um guerreiro, um filósofo que pensou estupidamente: Será que Deus não é um homem do futuro que viajou no tempo e mudou toda a história? Ela, a curiosidade, também me ajudou a explorar o mundo dos insetos. Me apaixonei de cara; tinha livros sobre o assunto (nunca li, só olhava as fotos).
Em um desses dias em que todos estão loucos para fazer nada, meu irmão e eu caminhamos para o quintal e lá vimos alguns marimbondos. Eu já sabia que eles eram “parentes” das abelhas, e sabia que eles picavam, e que sua picada doía. Porém a curiosidade matou o gato e meu irmão sugeriu: “Põe a mão em cima dela para que ela fique presa: Eu duvido!”. Some a curiosidade de um garoto explorador com um “eu duvido” e você terá uma criança destemida que colocou a mão em cima de um marimbondo, comemorou com “Eu consegui. Ganhei de tu” e em menos de dez segundos gritou chorando “Aaahhhh. Mãe, mãe me ajuda”. O engraçado disso é que na mesma semana eu fiz isso de novo como se a picada dolorosa daquele dia não tivesse acontecido.