Vergonha Nacional, Vagabundo!
Foi naquela época na qual todas as gerações seguiam o mesmo curso ditado pela sociedade formadora de “Homens e Mulheres” de respeito. Assim as moças faziam seus enxovais de noiva enquanto se preparavam para se tornarem normalistas. E os rapazes procuravam os colégios de padres para serem sacerdotes ou irem para alguma capital estudar advocacia, engenharia ou medicina.
Eram os “ilustres” e as “ilibadas”.
Almejando esta sociedade conservadora, hoje, como eco de um tempo caduco, elas foram chamadas de “Puras, Recatadas e do Lar” e eles... Bem, eles carregam as suas hipocrisias escondendo as suas lavagens de dinheiro de contas públicas.
Enquanto todos seguiam nesta correnteza da mesmice alguns se tornaram, nas palavras de Rita Lee, “A Ovelha Negra da Família”. Os conservadores abismados os vocacionavam de: “desviados”, “cabeludos”, “maconheiros”, “vagabundos”... Os taxados assim se autodenominavam de “hippies”.
Passou a época dos “homens diplomados e suas ilibadas” – há quem quer trazê-los como modelos novamente. Passou a época dos hippies também. Alguns daqueles “cabeludos” deixaram seus rastros... Geralmente artistas, suas obras floresceram e frutificaram.
***
Em Barbacena das Minas Gerais, cidade que prefere o passado e seu passadismo – Mui Nobre e Leal, Princesinha do Campo – três pelo menos não temeram os estigmas pejorativos, entre tantos que rejeitaram a canga do conservadorismo. A tudo e a todos enfrentaram com suas Artes e, mesmo rejeitando o pedante adjetivo de “Ilustres”, fizeram de seus nomes grifes, marcas e conceitos projetando-os no cenário nacional e internacional.
No cenário das artes plásticas foram gravadas em telas as assinaturas de Lourival e Paulão. Nos palcos estão as digitais de dramaturgia de Ivanée Bertola.
Recentemente a cidade perdeu o último destes três pioneiros – vivos estão, é certo, no Panteão da História da Arte.
Andando pela rua da cidade no dia seguinte do ocorrido alguém chamou uma senhora que passava e relatou o falecimento do artista. E não é que para surpresa do interlocutor e espanto meu e de todos que estavam ao redor aquela senhora herdeira dos tempos preconceituosos gritou com raiva e ódio:
- Vagabundo! É um vagabundo! Nunca trabalhou! Morreu tarde!
Pobre senhora desprovida de afeto, sensibilidade e conhecimento!
E não é que nesta mesma ocasião um político religioso, retrógrado, que explora a fé alheia deu um pronunciamento de que um país não precisa de Ministério da Cultura porque todo artista é vagabundo?!
Fazer o quê?
O jeito é vencer estas mentalidades boçais e incentivar para que a Arte e Cultura avancem e mudem os TEMPOS de Vergonha Nacional e preconceitos enraizados na sociedade pela religião e politicagem.
Fica a pergunta que não se cala:
Quem era aquela ilustre, ilibada, recatada (mas não teve modos e não se importou de ser vista histérica xingando no meio da rua),
pura (mas não demonstrou nenhuma afetividade, decoro e piedade ao gritar “Vagabundo!” em horas de velório pelo corpo do artista)
e do lar (mas não se colocou no lugar da mãe do pintor que decerto sentiria a dor de ver seu filho odiado na hora de sua morte)???
Foi naquela época na qual todas as gerações seguiam o mesmo curso ditado pela sociedade formadora de “Homens e Mulheres” de respeito. Assim as moças faziam seus enxovais de noiva enquanto se preparavam para se tornarem normalistas. E os rapazes procuravam os colégios de padres para serem sacerdotes ou irem para alguma capital estudar advocacia, engenharia ou medicina.
Eram os “ilustres” e as “ilibadas”.
Almejando esta sociedade conservadora, hoje, como eco de um tempo caduco, elas foram chamadas de “Puras, Recatadas e do Lar” e eles... Bem, eles carregam as suas hipocrisias escondendo as suas lavagens de dinheiro de contas públicas.
Enquanto todos seguiam nesta correnteza da mesmice alguns se tornaram, nas palavras de Rita Lee, “A Ovelha Negra da Família”. Os conservadores abismados os vocacionavam de: “desviados”, “cabeludos”, “maconheiros”, “vagabundos”... Os taxados assim se autodenominavam de “hippies”.
Passou a época dos “homens diplomados e suas ilibadas” – há quem quer trazê-los como modelos novamente. Passou a época dos hippies também. Alguns daqueles “cabeludos” deixaram seus rastros... Geralmente artistas, suas obras floresceram e frutificaram.
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Em Barbacena das Minas Gerais, cidade que prefere o passado e seu passadismo – Mui Nobre e Leal, Princesinha do Campo – três pelo menos não temeram os estigmas pejorativos, entre tantos que rejeitaram a canga do conservadorismo. A tudo e a todos enfrentaram com suas Artes e, mesmo rejeitando o pedante adjetivo de “Ilustres”, fizeram de seus nomes grifes, marcas e conceitos projetando-os no cenário nacional e internacional.
No cenário das artes plásticas foram gravadas em telas as assinaturas de Lourival e Paulão. Nos palcos estão as digitais de dramaturgia de Ivanée Bertola.
Recentemente a cidade perdeu o último destes três pioneiros – vivos estão, é certo, no Panteão da História da Arte.
Andando pela rua da cidade no dia seguinte do ocorrido alguém chamou uma senhora que passava e relatou o falecimento do artista. E não é que para surpresa do interlocutor e espanto meu e de todos que estavam ao redor aquela senhora herdeira dos tempos preconceituosos gritou com raiva e ódio:
- Vagabundo! É um vagabundo! Nunca trabalhou! Morreu tarde!
Pobre senhora desprovida de afeto, sensibilidade e conhecimento!
E não é que nesta mesma ocasião um político religioso, retrógrado, que explora a fé alheia deu um pronunciamento de que um país não precisa de Ministério da Cultura porque todo artista é vagabundo?!
Fazer o quê?
O jeito é vencer estas mentalidades boçais e incentivar para que a Arte e Cultura avancem e mudem os TEMPOS de Vergonha Nacional e preconceitos enraizados na sociedade pela religião e politicagem.
Fica a pergunta que não se cala:
Quem era aquela ilustre, ilibada, recatada (mas não teve modos e não se importou de ser vista histérica xingando no meio da rua),
pura (mas não demonstrou nenhuma afetividade, decoro e piedade ao gritar “Vagabundo!” em horas de velório pelo corpo do artista)
e do lar (mas não se colocou no lugar da mãe do pintor que decerto sentiria a dor de ver seu filho odiado na hora de sua morte)???
Leonardo Lisbôa,
Barbacena, 25/05/2016
Paulão ou Paulo Pigmento na Internet copie e cola o link no Google:
http://www.supergiba.com/paulo-pigmento/#.V0inWZ_sG2E.twitter
Ivanée Bertola e Ponto de Partida na Internet copie e cola o link no Google:
http://teatropedia.com/wiki/Ponto_de_Partida
http://brasileiros.com.br/2009/06/uma-universidade-para-bituca/
Lourival Vargas na Internet copie e cola o link no Google:
https://www.youtube.com/watch?v=qflTgTT6YC4
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lourival_Vargas
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