Inocentes

Neste momento - uma sexta-feira cinzenta - pouca coisa me interessa. Importa-me apenas a ingenuidade dos inocentes, o silêncio de um bom ouvinte e o frescor de uma idosa que borda calmamente um manto de retalhos. Importa-me a saudade, a brisa, o orvalho, a lua. Farto estou dos gritos inaudíveis dos bandos acovardados do mundo. Quero, antes de tudo, viver de nada, me despir do absurdo, trançar as linhas pontiagudas do inconsciente e estourar o poder social.

Vou sonhar com o riso contido e meigo da minha avó.