26/05/2016
                                         HOJE
estou lembrando o despertar de hoje, e vi que eu não queria levantar, não desejava nada, não ir à feira das quintas feiras, nada a fazer ou querer. Neném se aproximou e me olhava  em expectativa, o que me dizia da responsabilidade de cuidá-la e de proceder como um dia normal.
Seu olhar sustentava o meu, enquanto eu pensava que queria desistir, virar pra parede, soltar o corpo e deixar o dia passar.
Acho que perdi o interesse de qualquer coisa. Se na verdade eu desejo tantas coisas que não consigo realizar, tão sonhadas e desejadas, como planejadas, muitas coisas a realizar e serem postas  em ponto de desfrutar ou de explorar, ou simplesmente completar para dar conforto e tranquilidade aos meus filhos.
Mas hoje eu ali naquele momento desisti.
A cama parecia macia e morna, boa para tudo esquecer, esvaziar a cabeça já que o desejo  de qualquer coisa se ausentou.
Eu não devia estar escrevendo estas coisas aqui no Recanto, mas alguns amigos que me lerem vão me entender mais do que eu mesma. Lembro da Zelia 

a Zélia, talvez me compreenderia. ou outro amigo e amiga.
Mas Neném me olhava e me passou força de, por ela, levantar e vestir uma roupa, e fui na feira e comprei abóbora, palmito fresco, batatas e frutas para meu alimento de hoje.
Telefonei para o meu filho pedindo socorro, que eu vim para o computador e não lembrava como usar o Word para escrever um texto.
Eu estava, em outras palavras, dizendo que eu não sabia mais viver, de como não estava lembrando usar o Word .
Percebi que eu devia vencer aquela inércia.
     Estou tentando