Mensagens que edificam - 202

Eu quero um motivo que não me leve ao stress "espiritual." Está cada vez mais difícil conviver com tanta confusão e conseguir o silêncio ou a indiferença como falsa aparência. Para mim, é impossível ficar calado, rodeado de tanta mediocridade disfarçada de amor, fraternidade e bondade. Penso que os chacais em seus habitats mais ermos, me invejam. Vivemos o limiar da lucidez e da loucura. Num avesso sem precedentes vivemos uma época de poucos deuses e milhares de sacerdotes, ao passo que em outras épocas o panteão era vasto e os sacerdotes, um grupo seleto. Hoje, o que credencia um mediador divino é a sua cara de pau e uma lábia afiada. Prometem até uma noite de fantasias sexuais com a sogra, e surgem interessados de todos os buracos, como famigerados ratos farejando um naco de queijo azedo. A perturbadora fé faz estes noias religiosos se imaginarem num Titanic, quando na verdade estão numa canoa furada que baldes já são insuficientes, e o jeito é ir bebendo a água para não morrerem afogados, mas acabam por morrer de barriga d'água. Onde o olho é maior do que a pança é um cão guloso no altar e um demônio da tasmânia no banco. Dão até o órgão excretor em troca de um vida melhor, no entanto este regalo já tem endereço certo, e jamais será a casa do ganancioso, que ao toque de caixas de "bem feito", se entrou mal trapilho, agora sai pelado, com uma mão na frente e a outra tapando a cara de vergonha, e o trazeiro é a prova viva do ponta-pé que levam depois da desova financeira. A teologia da prosperidade é mesmo real. Você viu a nova mansão do bispo? E o fiel? Que vá pro beleléu... Ou dá, ou desce.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 25/05/2016
Código do texto: T5646879
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