(fotos do autor)
DESTAS TARDES GELADAS...
(Diário de minhas andanças)
Os quarenta minutos que separam-me do trabalho até a casa onde moro,foram hoje percorridos sob um céu marejado de estrelas.
Outono!... Com seus dias mais curtos.
[Por aqui, a boca da noite morde a tarde a partir das 18 horas]
Na tentaviva de justificar-se , vai delineando sutilmente em ouro puro,as serras, as colinas, os pequenos montes...
Com um pouco mais de sensibilidade,seria possível ouvir o galope das núvens...
[Caso elas ousassem macular a doce pureza deste céu de maio]
O frio é cortante! (minhas orelhas e a ponta do nariz que o digam).
Alheio ao burburinho (e bota burburinho nisso!) em que a nossa Pátria,infelizmente,está envolvida; direciono meus anseios ao doce aconchego do lar que por mim espera.
As vezes jogar sob os tapetes,pensamentos e reflexões sobre política, suas “lideranças”,blogueiros,analistas e “pseudos” no ramo,pode nos levar a vislumbrar o que a vida ainda nos oferece de bom apesar dos pesares.
Em casa!
Na singeleza de meu cantinho,decorado de afeto,sento-me diante do monitor e vou percorrendo os caminhos do face,do recanto,enfim...
A cozinha incensada ao cheiro de canja de galinha ao molho de curri e muita salsa picadinha.
Uma xícara de café quentinho ao meu lado,é companheira fiel.O vapor desprende-se.Ergue-se numa estranha dança do ventre que parece perfurar o teto.Sigo-lhe em meus devaneios.
As mãos ,geladas ainda, vão tateando o teclando enquanto digito minhas bobagens.
A lembrança de algo que escrevi , a algum tempo,faz recorrer aos meus alfarrábios para complementar estas “mal traçadas”.
Afinal,este arremedo de poesia nasceu num dia semelhante ao de hoje:
E quando estas tardes te fazem aquietar-se
envolto em lençois de frágeis neblinas
te vejo,meu vale,pirralho encolhido
buscando abrigo atrás das colinas
O vento cortante que à nada respeita
na busca insessante o encontra assustado
e dêsse temor então se aproveita
bafeja-lhe inteiro num sopro gelado
Eriça a campina,sacode ramagens
e das araucárias arranca queixumes
descem estrelas ao topo das serras
suprindo ausências de teus vagalumes
Na noite do vale,moldada em cristal
de caladas vozes de ternos luares
quem bem lhe conhece põe-se em ritual
Na eterna magia dêstes teus ares
A casa fechada,a sôpa...O vinho...
Crispar de chamas calor envolvente
Aninhados corpos trocando carinho
Ajustes selados...Chocolate quente
Ao romper do dia em branca geada
Invade a janela um manto de anil
sob cobertores vidas preparadas
A quebrar o gêlo no Sul do Brasil
envolto em lençois de frágeis neblinas
te vejo,meu vale,pirralho encolhido
buscando abrigo atrás das colinas
O vento cortante que à nada respeita
na busca insessante o encontra assustado
e dêsse temor então se aproveita
bafeja-lhe inteiro num sopro gelado
Eriça a campina,sacode ramagens
e das araucárias arranca queixumes
descem estrelas ao topo das serras
suprindo ausências de teus vagalumes
Na noite do vale,moldada em cristal
de caladas vozes de ternos luares
quem bem lhe conhece põe-se em ritual
Na eterna magia dêstes teus ares
A casa fechada,a sôpa...O vinho...
Crispar de chamas calor envolvente
Aninhados corpos trocando carinho
Ajustes selados...Chocolate quente
Ao romper do dia em branca geada
Invade a janela um manto de anil
sob cobertores vidas preparadas
A quebrar o gêlo no Sul do Brasil