DESONESTIDADE.

Quanto já perdemos na vida no redemoinho das aspirações, vontades e desejos? Quanto já renunciamos?

Quantos se colocam no centro de universalidades por muitos passadas em sofrimento e o fazem de uma forma pessoal como se o sofrimento fosse só por si sentido? Quantos se envolvem na fogueira da ausência de amor como se fosse um unicismo religioso quando se está diante do que é universal e de realidades comuns? Nessa posição tudo e todos são esquecidos.

Quantos castigam o espírito e o corpo na punição que chegará distanciando-se de suas próprias verdades que surgem de locais antes desconhecidos?

Antes afastar o mal que dormita nas casas não habitadas pela razão mais pura que ilumina a aceitação do corriqueiro e comum e afasta as sombras.

É o “Tolle, lege!” agostiniano que falta visitar, para se centrar melhor no mundo e recebê-lo como ele é para cada um, por vezes com amplas concessões de inclinação para o amor que se nega a todos na submissão ao que é incorreto e pecaminoso e traz o mal para muitos.

“Tolle Lege” é frase latina que significa “Pegue, leia!” do livro de Santo Augustinho, Confissões. Foi o que o salvou pelas orações de sua mãe.

Diante de sua conturbada luta “intra muros”, entre inclinações espirituais e sua maneira pecadora de ser ficou certo ter ouvido uma criança cantar, Tolle, lege, o que significa, "Tome e leia."

Para ele foi o chamamento divino. Pegou a Bíblia ao seu alcance abriu e leu a primeira passagem para si visível:

"Já é hora de despertardes do sono. Nada de orgias, nada de bebedeira, NADA DE DESONESTIDADES, nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cisto e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites" (Rm 13,11.13-14).~

A desonestidade praticada que fere o direito de muitos, e prossegue sem freios em cinismo debochado.

Todos que se acham no incêndio do mal deviam fazer a contrição agostiniana, o seu “Tolle Lege”, sem o que a passagem terrena em corpo e em espírito fica devedora dessa interiorização.

Mas sempre é tempo como adverte o Santo:

"A dor, física ou espiritual, é a prova viva de que o homem perdeu algo, mas não perdeu tudo." Santo Agostinho.

Não perderam tudo os agredidos e diminuídos em seus direitos, persiste a certeza de que o mal é flagrado, E PUNIDO, algum dia.

Arrepender-se é o mínimo, mas não é o que se vê, ao revés muitos já punidos continuam no mundo das sombras, o lado sombrio da vida como ensinava o penalista alemão Mezger.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/05/2016
Reeditado em 24/05/2016
Código do texto: T5645308
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