Personagens Flores
Personagens Flores
Em qualquer estação colhemos flores solares, observamos as rasteiras, ou as que dão em árvores, ou ainda as que se penduram em cachos. E cada uma tem a sua peculiaridade.
Os masai, dir-se-ia quenianos, ou tanzanianos, pois migram de um território para outro e são considerados seminômades, desconhecem qualquer conceito de tempo que não seja o presente. Se colocá-los numa cela, desfalecem a ponto de falecer. Pelo fato de estarem tão enraizados no presente, para eles inexiste a possibilidade de serem soltos dentro de um dia, um mês, um ano. Essa característica foi registrada por outro personagem, em 1913. Sim, o tempo existe para os personagens, cada tempo angaria o valor de um canal de transmissão, estão todos passando simultaneamente, a questão é em qual canal sintonizar.
Qualquer flor resume magnificência. Todas possuem a sua época de florir no jardim.
Robert e Judite travaram contato na seção de classificados amorosos, em 1968. Depois de longas cartas se conheceram na primavera de 1969. Casaram-se. Seis meses depois ela foge com o dinheiro do marido. Robert sai em seu encalço. A foragida assumira a identidade da pretendente original, que fora assassinada. Quando Robert a encontra e a trama é revelada, ele confessa que aprendera muito mais sobre si mesmo e sobre a natureza humana através da correspondência com a verdadeira Judite, ao invés desses 6 meses de paixão tórrida e cotidiano superficial com uma estranha que no frigir dos ovos não passava de uma ladra. Uma ladra que, entretanto, ele passou a amar.
Ora, já foi dito que espírito não se explica; se vivencia. A ciência tem um histórico de equívocos, desse modo jamais entenderá os personagens flores, que são numerosos, e, como as opiniões, diferentes feito rostos.
Quando Mozart era criança, toda vez que lhe pediam para tocar ele dizia: com prazer, mas primeiro diga que me ama.
Algumas flores precisam mais de sombra, outras de água, outras não conseguem florir se estiverem encharcadas, carecem do tempo seco. A individualidade dessas flores deve ser respeitada.
Alan Lightman, personagem flor astrofísico, ponderou que um número elevado de cientistas tende a se inclinar ao misterioso fator de que o Universo - em qualquer tempo - demonstre sempre um elevado estado de ordem.
O incomum Albert Einstein certa feita divagou: “Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional, radiantemente belo, algo que compreendemos apenas em forma rudimentar – esta é a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e neste sentido somente, eu pertenço aos homens profundamente religiosos. Pode alguém imaginar Moisés, Jesus ou Gandhi armados de um saco de dinheiro?”.
Mister Pieh. Trazido contra vontade para outro continente, viu-se às voltas com colossal processo jurídico para tratar de seu livramento. Mister Pieh invocou diariamente todos os seus ancestrais para ajudá-lo na demanda. Durante esse período um de seus amigos descobriu uma bíblia. Por dias sem fim o homem folheava o grosso livro, não compreendia as palavras nem sabia do que se tratava, mas havia ilustrações, o que o levou a concluir que o sol acompanhava Jesus (em virtude do halo de luz desenhado em torno da cabeça do Mestre), que o mesmo sofrera muito, que as crianças, os velhos e as mulheres estavam sempre à sua volta, que cometera algum tipo de crime, que sua alma foi para o céu.
(Imagem: foto de Carol N., "Nina no banho", abril - 2020)
Personagens Flores
Em qualquer estação colhemos flores solares, observamos as rasteiras, ou as que dão em árvores, ou ainda as que se penduram em cachos. E cada uma tem a sua peculiaridade.
Os masai, dir-se-ia quenianos, ou tanzanianos, pois migram de um território para outro e são considerados seminômades, desconhecem qualquer conceito de tempo que não seja o presente. Se colocá-los numa cela, desfalecem a ponto de falecer. Pelo fato de estarem tão enraizados no presente, para eles inexiste a possibilidade de serem soltos dentro de um dia, um mês, um ano. Essa característica foi registrada por outro personagem, em 1913. Sim, o tempo existe para os personagens, cada tempo angaria o valor de um canal de transmissão, estão todos passando simultaneamente, a questão é em qual canal sintonizar.
Qualquer flor resume magnificência. Todas possuem a sua época de florir no jardim.
Robert e Judite travaram contato na seção de classificados amorosos, em 1968. Depois de longas cartas se conheceram na primavera de 1969. Casaram-se. Seis meses depois ela foge com o dinheiro do marido. Robert sai em seu encalço. A foragida assumira a identidade da pretendente original, que fora assassinada. Quando Robert a encontra e a trama é revelada, ele confessa que aprendera muito mais sobre si mesmo e sobre a natureza humana através da correspondência com a verdadeira Judite, ao invés desses 6 meses de paixão tórrida e cotidiano superficial com uma estranha que no frigir dos ovos não passava de uma ladra. Uma ladra que, entretanto, ele passou a amar.
Ora, já foi dito que espírito não se explica; se vivencia. A ciência tem um histórico de equívocos, desse modo jamais entenderá os personagens flores, que são numerosos, e, como as opiniões, diferentes feito rostos.
Quando Mozart era criança, toda vez que lhe pediam para tocar ele dizia: com prazer, mas primeiro diga que me ama.
Algumas flores precisam mais de sombra, outras de água, outras não conseguem florir se estiverem encharcadas, carecem do tempo seco. A individualidade dessas flores deve ser respeitada.
Alan Lightman, personagem flor astrofísico, ponderou que um número elevado de cientistas tende a se inclinar ao misterioso fator de que o Universo - em qualquer tempo - demonstre sempre um elevado estado de ordem.
O incomum Albert Einstein certa feita divagou: “Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional, radiantemente belo, algo que compreendemos apenas em forma rudimentar – esta é a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e neste sentido somente, eu pertenço aos homens profundamente religiosos. Pode alguém imaginar Moisés, Jesus ou Gandhi armados de um saco de dinheiro?”.
Mister Pieh. Trazido contra vontade para outro continente, viu-se às voltas com colossal processo jurídico para tratar de seu livramento. Mister Pieh invocou diariamente todos os seus ancestrais para ajudá-lo na demanda. Durante esse período um de seus amigos descobriu uma bíblia. Por dias sem fim o homem folheava o grosso livro, não compreendia as palavras nem sabia do que se tratava, mas havia ilustrações, o que o levou a concluir que o sol acompanhava Jesus (em virtude do halo de luz desenhado em torno da cabeça do Mestre), que o mesmo sofrera muito, que as crianças, os velhos e as mulheres estavam sempre à sua volta, que cometera algum tipo de crime, que sua alma foi para o céu.
(Imagem: foto de Carol N., "Nina no banho", abril - 2020)