VIRTUDE, UM TERMO MÉDIO.
Aristóteles era taxativo, os homens são realmente bons de uma só forma, com única postura, mas podem ser maus de muitas formas.
O mal não se define com forma precisa, aparece vestido de variadas roupagens, tem urdiduras, espreita sempre, trama engenhos, esquadrinha o bote, é covarde, sombrio e indeterminado, este seu conceito basilar, indeterminação.
Só se pode ser certo de uma forma, é gênero sem espécies, sendo liso, linear, correto honesto, probo, transparente em conduta, gestos e atitudes. É tudo um.
Uma verdade decorrente da certeza determinada. Se configura dificuldade por qualquer motivo deliberar com virtude, corretamente, ensina Aristóteles, a máxima cabeça em lógica de todos os tempos, que então deve-se escolher o mal menor, em vez de o maior. Nessa esteira, desse passo, concordam Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Os sábios fazem suas escolhas atentos a esse aspecto.
Não posso me inclinar para um mal que já conheço se há uma possibilidade de mal menor, ou mesmo de nenhum mal em fato que desconheço.
Agir no limite mostra atitudes sábias nesse sentido, ou seja, a escolha do mal menor em vez do maior.
É uma questão de virtude. A virtude é um termo médio, ou pelo menos tende para o meio, mas, com respeito ao melhor e ao bem, é um extremo.
A educação sobre valores é sempre possível e necessária, a natureza não é suficiente para fazer do homem um ser de plenitude, está quase sempre fechado ao aprimoramento. Aristóteles de sua formidável doutrina expõe que não há humano bom por natureza.
Haveria homem mau por natureza? Logicamente não. Se não somos maus por natureza não podemos por sentimento de justiça nos inclinarmos para o que é mau.
Thomas Hobbes fala da impossibilidade de uma sociedade se sustentar apenas no direito natural como foi parâmetro do positivismo jurídico.
O conceito de justiça de São Tomás de Aquino tem em Paulo de Tarso, o Apóstolo Paulo na sua Epístola aos Romanos a afirmação de um “direito natural”, de uma lei escrita no coração do homem, e por esta razão até os gentios que ignoram a lei são capazes de proceder “por natureza de conformidade com a lei”.
Há nesse texto uma base de senso moral inato no homem, que o conduz ao bem, ainda que sem conhecer a lei escrita.