O SACRIFÍCIO DAS FOFOQUEIRAS
Crônica de:
Flávio Cavalcante
 
 
     É de causar sobressalto, mas também é uma situação digna de pena ver essas ações até vindas de pessoas que deveriam dar bons exemplos. É de fato também um vício o não conseguir desvencilhar-se da vida alheia e há casos tão preocupante que essas pessoas enfrentam qualquer desafio para obter a informação da fofoca. Qualquer informação nova é valiosa para o falatório e disse me disse. A imprensa é a língua e a informação chega de maneira relâmpago.
 
     Existem casos de grupos formados para passar informações da vida de outrem com concorrente e tudo nos conformes como se fosse uma empresa. São as cidades pequenas de interior, vilarejos, onde elas se concentram. O perigo da língua dessas pessoas é o causador de muitos contratempos no lugar.
 
     Em lugares onde tem esses grupos da fofoca formados sempre há desavenças entre elas mesmas e acabam falando uma das outras gerando uma lavagem de roupa suja em público. Essas pessoas não conseguem enxergar os erros em si próprio. São pessoas que se acham os senhores da verdade e não aceitam opiniões contrárias. Na realidade são as mais erradas e falam desenfreadamente que chega a um ponto culminante de uma longa mentira. Muitas vezes essas fofoqueiras causam turbulências na vida de muita gente e há casos de terminar dentro da delegacia. Elas viram figurinhas marcadas e conhecidas pelo distrito. Essas cidades que possuem esses grupos não precisam de imprensa. Elas se encarregam de espalhar qualquer notícia e quando não as tem dão o jeito de obter as informações mesmo que isso elas tenham que arriscar a própria vida. A vida para elas não tem importância se elas perderem em busca da informação. Para elas o importante é que sejam as primeiras a trazerem as informações.
 
     Seria até engraçado se a situação não fosse tão trágica. O sacrifício delas muitas vezes causam gargalhadas nos arredores. Viram motivos de piada em toda região; as consequências dessas gargalhadas é que sempre termina em choro. A solução é dar a elas o que fazer. Geralmente são mulheres desocupadas que vivem a mercê de igrejas onde as informações são preciosas e precisas. Banco de praça é uma fonte do foco da fofoca. As informações vão chegando de forma direta. O desespero de ser o primeiro a pegar a informação é igual a um troféu numa competição ou um buquê de rosas jogada por uma noiva na porta de uma igreja após o casamento. A língua é igual a uma metralhadora e enquanto não houver a confusão formada elas não sossegam.
 
     A fofoca é um mal para a sociedade; mas, as fofoqueira de plantão se sentem bem metendo o bedelho na vida alheia. É uma praga difícil de ser combatida; pois toda fofoca inicia e chega ao final com uma história totalmente distorcida e em muitos casos não há como provar se é verdade ou não.

     Em caso crônico é aconselhável procurar ajuda na medicina. A enfermidade é entendida da mesma forma como um vício de drogas que o ser humano busca ajuda por não conseguir se livrar do mal; o problema todo nesses casos crônicos é exatamente convencer ao doente de que eles precisam dessa ajuda.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 22/05/2016
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