ANÊMICO GIGANTE

ANÊMICO GIGANTE

Para quem assistiu à abertura do PAN, teve a forte sensação de que o gigante Brasil continua deitado eternamente em berço esplêndido, se julgarmos pela visível consternação do Presidente Lula ao ser vaiado por 75000 brasileiros nos momentos em que ele apareceu ou foi citado. Para quem obteve a aprovação 67% da população, segundo o IBOPE, na semana passada, deve ter se perguntado: quem está errado – eu, o povo ou o IBOPE?

Para nós outros, integrantes das “zelites”, segundo o presidente, o gigante não está tão adormecido como parece. Apesar de pobre, o gigante está atento ao que acontece e escolheu um bom momento para gritar para o mundo, a sua insatisfação, afinal, o gigante Brasil, não se compõe somente de miseráveis dependentes de um vergonhoso “Bolsa família”. O gigante tem também em suas hostes, um pequeno número de pessoas, que insiste em acreditar que “dias melhores virão em nossas vidas”, sejamos das “zelites” ou não. O que importa no momento é constatar que algo está errado, pois o Maracanã vaia até minutos de silêncio, depende da causa e não importa os efeitos. Isso é o que se chama Brasil, estudado por Gilberto Freire, Darcy Ribeiro, sociólogos e antropólogos outros, que bem podem explicar o avanço do populismo desvairado, defendido pelos Lulights da república.

O gigante Brasil, dominado pela ânsia de seu dirigente-mor, vacila entre a vontade de ser e as reais condições de se mostrar operante e competente diante da diversidade oferecida pela modernidade.

Cabe-nos, como integrantes das “zelites”, ficarmos atentos aos próximos ditames que as Martas e Dilmas, Dirceus, Valdis, Quintanilhas, Renans e outros tantos, decidam e nos imponham se é melhor gozar e relaxar ou relaxar e gozar.

Como não somos videntes, melhor é deixar com o presidente. Se ele puder, siga os ensinamentos da Marta: relaxe e goze se for capaz, diante do que assistiu no Maracanã.

Seria bom que os Lulights entendessem que a anemia do pobre gigante Brasil, não o fará morrer de inanição, enquanto as “zelites” estiverem à mercê do que clama e deseja o povo brasileiro: amor, justiça e paz, apesar dos perigos.

Rui Azevedo – 14.07.2007

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Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 14/07/2007
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