CÁRCERE. VINGANÇA SOCIAL?

Sem sabermos nos tornamos nossos próprios carrascos pela escolha;"ad futurum". É um encontro irremovível; o cárcere.

Não é possível no amanhã afastar os resultados do que fomos hoje. Seremos sempre o que somos e fomos.

Não se vive nossas verdades, que falsearam e frequentaram o crime, sem que se abram em algum momento, as cortinas. E surge o cárcere. Ele foi construído pela sociedade que tem no Estado a nação politicamente organizada, não é vingança social,mas didática que possibilite pelo exemplo o convívio harmônico, sem que uns violem os bens tutelados dos outros.

Verdades na clausura de ideias rasteiras que alcançam crimes e não medem meios, fazem do cárcere a futura habitação. Seria o conforto da consciência?

Acreditar hipocritamente na feitura de justiça social mentirosa, que visa locupletar-se, principalmente, é a mais baixa vilania, pois além de pluralmente sonegar direitos de dignidade mínima, semeia o pior exemplo.

É indizível ver na ambiência desse infectado meio criminoso, repugnante, o aplauso para criminosos de baixíssimo patamar, mesmo assim elevados para o pódio de herói. É o proselitismo ignaro. São cúmplices por causalidade na força da norma os que aplaudem, sic: “ Quem de qualquer forma contribui para o resultado criminoso...”. É o princípio do nexo de causalidade. Parece que satisfaz a procissão ininterrupta dos criminosos comissivos por ação acumpliciada.

Alguns já presos, como deflui da sentença recente do Juiz Sergio Moro, continuam atuantes no crime, em deboche articulado e permanente contra a sociedade, como ficou ressaltado em sua última sentença que na pena "in concreto", pela reiteração criminosa ativa recebendo "propina" durante o julgamento do STF, essa "cabeça" do partido então no governo recebeu vinte e três anos pinçados da pena "in abstrato". Vingança social? Não, exemplaridade de como não se deve agir. Um contumaz acreditado nessas condutas o apenado.

Nas alternâncias temos a correção e a incorreção na vida, o maniqueísmo presencial na tutela da consciência. É como viver politicamente e impoliticamente. E nada escapará do que se faz e se fez.

Temos o desdouro na falta de polidez política para o impolítico, criminoso ímprobo, e o ouro para a política como ciência. O adverbio traz o viver impolidamente, impoliticamente, avesso às normas, frequentando o crime que culminará por segregar o ímprobo.

Não há no direito natural normas que legitimem o impolítico que agride a política universal. Na Convenção de 1948 formalizaram-se parâmetros já existentes no Código da Civilidade.

Ninguém faz justiça social cometendo crimes contra todos sob qualquer pretexto ou sob pálio de qualquer doutrina ou princípios extravagantes, fins justificarem meios, sejam quais forem. Não se resgata alguns sufocando muitos outros e usurpando para si mesmo e arruinando ao final gigantescos ativos de uma nação.

Há uma ordem universal inadmitida contrariar. Nela está inserida principalmente a usurpação da coisa pública como crime.

Quem milita contra o povo ou povos usurpando - não retornando em saúde e segurança os tributos - comete genocídio de alguma forma, não importa se aos poucos ou em uma explosão que isocronicamente mata muitos no mesmo instante.

Não há como fugir da vilania inscrita na notoriedade. Não existem portas abertas na alternância do ser, a não ser o que se foi. Ninguém se imuniza de seu veneno, como as cobras que imunizam por seu veneno.

Um dia alguém encontrará justiça - é histórico e irrespondível - e se curvará, trará em seu semblante a depressão moral e física, pelo que fez, não por vinganças pessoais, mas pela representação social presente maximamente nos tribunais, onde poderá encontrar um magistrado que honrará o pregão de São Paulo em suas cartas, sic: “O Juiz que presta jurisdição com proficiência está abaixo de Deus e acima dos homens”.

Deus, o Primeiro Movimento, não gosta de mentiras, principalmente pelos maculados por suas incompreensões no cometimento de crimes de magnitude. Não reconhecem o que lhes foi dado para gerir vidas, ao revés amaldiçoam sua destinação impoliticamente.

“Deus não está espetado na ponta de um silogismo impecavelmente construído”, como nos legou eminente pensador, mas Deus está no fim de uma vida corretamente vivida.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/05/2016
Reeditado em 22/05/2016
Código do texto: T5643255
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