O bom humor era sua rota de vida
Aos sessenta anos, percebendo que ainda havia muito amor e carinho para dar e nem um filhinho pequeno para receber, Evinha abre as portas da sua casa acolhendo crianças para cuidar.
Era uma nova profissão que demorou para alcança-la, mas que lhe revelou seus verdadeiros dons.
No dia 18 de janeiro de 1978, ela recebe a primeira criança para cuidar, de nome Brenda, tinha a cabeça bem carequinha, olhos pretinhos e bem esperta.
Conquistou toda a família, vindo a se tornar o centro das atenções, o "xodó" da casa.
Apegou-se tanto a sua filha Mônica, que começou a chama-la de mãe, fato que se repete até os dias de hoje (1984).
Brendinha foi a primeira, depois dela várias outras crianças chegaram e encontraram a porta do coração de Evinha aberta ao amor puro de Mãe.
Foram muitas trocas de emoções, que a gratificou muito, por tê-la deixado mais feliz neste contínuo movimento de dar e receber amor, carinho, amizade, companheirismo.
Ela que sempre quis a casa cheia, além das crianças tinha os pais, mães, irmãos, madrinhas, que lhe ampliaram os laços de amizades.
Apesar de ser um trabalho cheio de alegrias e emoções, não era nada fácil, pela grande responsabilidade que é ser a educadora de várias crianças.
Com uma carga horária que às vezes lhe ocupava dezessete horas/dia, pois tudo se ajustava às necessidades das mães, começava a receber a primeira criança às seis horas e entregava a última às 23 horas, pois os horários eram variados.
Como todo ser humano ela mescla momentos de alegria com tristeza, talvez normal para uma pessoa que teve uma família tão unida, hoje tê-los espalhados.
As vezes pensa que a desunião entre as famílias mais abastadas, deve-se ao fato de cada um ter seu próprio quarto, sua televisão, seu celular, seu computador; isso tira aquele contato familiar de se ter a opinião dos pais e irmãos, nas questões da vida.