Carta para um amigo!

Carta para um amigo!

Caro amigo!

Há quanto tempo não nos vimos?

Acho que já se passaram quarenta anos de nossas vidas.

Mas, ainda tenho na memória de quando ainda éramos crianças, e isso já faz muito tempo!

Você lembra quando brincávamos pelas ruas da nossa cidade?

Nossa inocência era tanta, que não tínhamos maldade quando fazíamos arapucas para caçar passarinhos, coisa que nunca conseguimos.

E a nossa mini fazenda, onde o gado eram grãos de milhos e feijões, as cercas eram de palitos de fósforos queimados, da cozinha da minha mãe.

Quando crescesse, você queria ser médico, e eu um ator, e não nos damos conta que já protagonizávamos o papel principal no teatro da vida.

Como era bom sonhar, com a inocência de uma criança, onde só existiam reis e rainhas, a vida era um verdadeiro conto de fadas. Já um pouco maiores, interpretamos o papel dos Três Mosqueteiros, e cavalgávamos cavalos de paus, mas, o tempo é inexorável, e escoa por entre os dedos das mãos!

Fomos crescendo, e buscando novas aventuras. Tomamos banho no rio, e com as roupas amarradas na cabeça, descíamos da Orqueta até a grande ponte ferroviária. Lembra, nadávamos muito bem, sem nunca ter tido aulas de natação. Nós saltávamos das barrancas para competir quem dava o salto mais bonito.

Lembro ainda que nessas aventuras, que eram verdadeiras sagas, nós subíamos nas árvores para comer Pitangas, Guabirobas, Araçás e Butiás, era uma disputa desigual com os pássaros.

Mas, assim é o destino, somos sugados pelo futuro e a vida nos trará novos desafios e novas experiências. Agora, aqui estamos nós, talvez com o corpo encurvado pela idade, mas, com a mente livre e ávida por conhecimentos e buscar nos escaninhos nossas histórias.

Caro amigo, espero que quando receberes estas poucas linhas esteja gozando de perfeita saúde, pois ainda temos a missão de mostrar para nossos netos nos dias de hoje, como viver pequenas e grandiosas histórias, como nós, em tempos imemoráveis!

Um grande e afetuoso abraço do amigo.

Onofre Vieira

Onofre Vieira
Enviado por Onofre Vieira em 16/05/2016
Reeditado em 12/06/2016
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