Ele foi nu ao lançamento de um livro
O escritor era Lázaro Ramos, viria à capital baiana para lançar “Caderno de Rimas do João”. Os jornais e sites anunciavam e o seu fã número um já havia se agendado para o evento. No domingo chuvoso, 15 de maio, pela manhã, evitou sair de casa e até desistiu de ir pedalar em Pituaçu, para não ficar cansado, correr o risco de tirar uma soneca e perder o encontro, que se daria às 14:30hs numa livraria da cidade. A tensão era tanta que não conseguiu se manter acordado após almoçar o domingueiro feijão com carne.
Acordou atordoado, pegou um pacote de livros para doar ao ator global, ajeitou tudo numa sacola e saiu em disparada. Apesar do aguaceiro que desabava dos céus, as ruas não estavam alagadas nem o trânsito estava ruim. Do Centro à Paralela, nenhum semáforo fechado, tudo favorável. Entrou no estacionamento do shopping sem se preocupar com as boas vindas, em voz feminina, que a máquina repetia para todos que ali passavam. O importante é que a cancela se abriu, o carro passou, encontrou uma vaga providencial ao lado da escada rolante do piso G1. Subiu calmamente, encontrou Ivan Ramos, pai de Lázaro, na entrada da livraria, trocou um dedinho de prosa e foi direto ao caixa.
Senhor, aqui sua pulseira, para acesso ao teatro onde acontecerá o coquetel e sessão de autógrafos. Agora mais calmo que nunca, subiu cada degrau, chegou à entrada do Eva Herz, entrou e foi guiado por uma funcionária até a segunda fileira de cadeiras de baixo pra cima, bem em frente ao palco. Ao sentar, olhou para os lados, tentando encontrar o amigo e escritor Davi Nunes, com quem marcara encontro a fim de o apresentar a Lázaro Ramos. Não deu tempo de se verem. Ao seu lado, um senhor folheava a recente publicação de Lázaro. Aí ele se tocou que havia esquecido de comprar seu exemplar. Deixou a bolsa “marcando lugar” e voltou à loja para adquirir a obra literária. Antes de pedir, bateu a mão no bolso e notou que estava sem a carteira. Voltou correndo ao teatro, pegou a mochila e partiu para o centro da cidade, em desabalada pressa.
O portão do estacionamento se abriu para sua saída, pois o carro possui sensor de pedágio e o shopping usa o mesmo sistema. Até aí tudo bem, pois, sem dinheiro, nem conseguiria sair sem pagar nem andar de ônibus. Na volta pra casa, o trânsito não estava tão tranquilo, mas nada lhe atrapalhou. Pegou a carteira em casa e retornou ao seu destino. Novamente a cancela se abre, ele não presta atenção ao que a mulher-máquina fala e fica girando por uma eternidade em busca de uma vaga, em vários pisos do estacionamento. Para no G2 e segue uma manada que estava perdida à procura de informações de como chegar às lojas. Chegou esbaforido ao balcão da livraria, adquiriu seu livro e seguiu para o teatro, onde encontrou a porta fechada e uma fila de espera. O recinto estava lotado e a entrada só era permitida à medida que outros leitores ou fãs de Lázaro Ramos deixassem o lugar.
Quase uma hora depois conseguiu entrar e esperou mais uma hora e meia por sua vez de posar para foto com o amigo, colher seu autógrafo e trocar um dedo de prosa. As emoções estavam aplacadas, conheceu a responsável pela editora do livro de Lázaro, tirou várias fotos com os presentes e voltou, finalmente, para casa, após a comprida e cumprida missão. Agora não estava mais nu. Tinha documentos pessoais, do carro, cartão de crédito e um livro excelente para ler!
Acordou atordoado, pegou um pacote de livros para doar ao ator global, ajeitou tudo numa sacola e saiu em disparada. Apesar do aguaceiro que desabava dos céus, as ruas não estavam alagadas nem o trânsito estava ruim. Do Centro à Paralela, nenhum semáforo fechado, tudo favorável. Entrou no estacionamento do shopping sem se preocupar com as boas vindas, em voz feminina, que a máquina repetia para todos que ali passavam. O importante é que a cancela se abriu, o carro passou, encontrou uma vaga providencial ao lado da escada rolante do piso G1. Subiu calmamente, encontrou Ivan Ramos, pai de Lázaro, na entrada da livraria, trocou um dedinho de prosa e foi direto ao caixa.
Senhor, aqui sua pulseira, para acesso ao teatro onde acontecerá o coquetel e sessão de autógrafos. Agora mais calmo que nunca, subiu cada degrau, chegou à entrada do Eva Herz, entrou e foi guiado por uma funcionária até a segunda fileira de cadeiras de baixo pra cima, bem em frente ao palco. Ao sentar, olhou para os lados, tentando encontrar o amigo e escritor Davi Nunes, com quem marcara encontro a fim de o apresentar a Lázaro Ramos. Não deu tempo de se verem. Ao seu lado, um senhor folheava a recente publicação de Lázaro. Aí ele se tocou que havia esquecido de comprar seu exemplar. Deixou a bolsa “marcando lugar” e voltou à loja para adquirir a obra literária. Antes de pedir, bateu a mão no bolso e notou que estava sem a carteira. Voltou correndo ao teatro, pegou a mochila e partiu para o centro da cidade, em desabalada pressa.
O portão do estacionamento se abriu para sua saída, pois o carro possui sensor de pedágio e o shopping usa o mesmo sistema. Até aí tudo bem, pois, sem dinheiro, nem conseguiria sair sem pagar nem andar de ônibus. Na volta pra casa, o trânsito não estava tão tranquilo, mas nada lhe atrapalhou. Pegou a carteira em casa e retornou ao seu destino. Novamente a cancela se abre, ele não presta atenção ao que a mulher-máquina fala e fica girando por uma eternidade em busca de uma vaga, em vários pisos do estacionamento. Para no G2 e segue uma manada que estava perdida à procura de informações de como chegar às lojas. Chegou esbaforido ao balcão da livraria, adquiriu seu livro e seguiu para o teatro, onde encontrou a porta fechada e uma fila de espera. O recinto estava lotado e a entrada só era permitida à medida que outros leitores ou fãs de Lázaro Ramos deixassem o lugar.
Quase uma hora depois conseguiu entrar e esperou mais uma hora e meia por sua vez de posar para foto com o amigo, colher seu autógrafo e trocar um dedo de prosa. As emoções estavam aplacadas, conheceu a responsável pela editora do livro de Lázaro, tirou várias fotos com os presentes e voltou, finalmente, para casa, após a comprida e cumprida missão. Agora não estava mais nu. Tinha documentos pessoais, do carro, cartão de crédito e um livro excelente para ler!